A mentalidade de emigrar, diante das dificuldades e do trabalho, o sonho de ter uma propriedade e casa própria, transformou-se para muitos descendentes de italianos, na triste realidade de emprego de instituições de trabalho e também sem a liberdade gastronômica características da farta mesa colonial italiana.

A modificação de direcionamento para a vida urbana e a modernidade poderá ocorrer, se um bem estruturado trabalho de mentalização e conscientização ao surgimento de lideranças rurais, particulares das decisões sociais, reivindicarem os direitos perdidos e se constituírem numa experiência cultural própria. Os caminhos culturais de nossas colônias são verdadeiras relíquias ocultas pela perda da liberdade de expressar-se e de transmitir seus conhecimentos as novas gerações, que poderia ser o momento de reflexão dos caminhos andados e o reassumir de novas posições diante dos valores antepassados.

A reconquista dos hábitos de vida, dos costumes sociais, dos hábitos alimentares, da medicina doméstica, da prevenção contra doenças e epidemias, bem como o estudo da língua, restituirá um pouco de autonomia, de sabor de liberdade e de autoestima.

A consciência de que os fatos sociais e históricos e as diferentes experiências de vida não são frutos do acaso, nem podem ser impunemente desconhecidos na evolução cultural e no sentido do “verdadeiro desenvolvimento” que tem como centro a “pessoa” e não o fator “econômico”. Analisar o caminho biográfico do relato de vida, do depoimento e interpretação pessoal dos antepassados nos dá a história viva. Diferenciar sabedoria e cultura instituída: aquela é a ciência de saber bem viver com possibilidade de perceber a vida como fundamento de felicidade; esta é a ciência originada da transmissão de conhecimentos gerais, referentes ao homem, ao mundo e a Deus, ligados, por sua ampliação e generosidade do “aqui e agora” de uma determinada comunidade.

No momento, parece ser mais importante proteger as formas de viver em estruturas multinacionais, impondo as suas ideias e seus produtos culturais…

Hoje, nós precisamos voltar o olhar sobre o valor “pessoa” centro da história e dos dados fundamentais, com o nosso olhar, observar, indagar, escutar, registrar, comparar e fazer história… Enfim, motivar o surgimento de lideranças socioculturais e formar seu próprio cosmo visão para promover a estruturação da nossa identidade.