Mãe Dinah partiu. Mãe Denih chegou. Com o “h” meio forçado no codinome e… Só com o “h” meio forçado no codinome. De resto, tudo igual.

Qual foi a grande profecia que me lançou no mercado esotérico?

Previ que o Brasil ficaria em 4º lugar na Copa de 2014. E que os três primeiros classificados seriam… Bom, todo mundo já sabe. Mas eu soube antes, mais precisamente na estreia da nossa seleção, com pequena troca na ordem (nenhum vidente é perfeito): segundo minha percepção holística, os hermanos ficariam apenas um degrau acima de nós.

Na verdade, não tenho me exercitado com outros prognósticos, por isso já me desqualifico da categoria de profeta. Mas garanto que não foi uma adivinhação acidental.

Então, a que se deve essa minha nova… “habilidade”? Respondo: Isenção.

Isenta por não ser apaixonada pelo futebol e, consequentemente, por não cair em estado hipnótico que tirou o senso de realidade da maioria dos brasileiros.

Isenta por não vestir um ufanismo extremado que gerou tanta expectativa e, com a derrota, tanta frustração.
E isenta por desconhecer regras, esquemas táticos e estratégias de jogo… deixando apenas fluir a percepção. (Estava na cara a fragilidade da “família Scolari”!)

O engraçado é que constatei tudo isso sem sentar no sofá. E entrando vez ou outra em ambiente verde-amarelo, pude perceber a facilidade com que mídia e povo oscilam. Até o segundo gol do famigerado jogo contra a Alemanha, Luís Felipe era o grande Felipão. A partir do terceiro gol, ele virou o “Cavaleiro da Triste Figura”.

Já imagino sua careta de desdém, prezado leitor. Mão não desanime! Tem mais. Sei o que pesou no desempenho de nossa seleção: os cabelos. Gel, penteados, cachinhos, trancinhas, tinturas… Isso cansa, gente!

E antes que você me mande… “lavar a louça”, quero completar com mais um detalhe: essa derrota deveria ser encarada como uma vitória, pois com ela aprendemos que nem só de futebol vive o Brasil.

Que tal trabalharmos para sermos conhecidos, por exemplo, como o país que tem cientistas com pesquisas de vanguarda? Que tal direcionarmos nosso esforço para que eles possam desenvolver a cura do câncer, ou a vacina do HIV?

E – por favor! – chega de endeusar os jogadores – reis, imperadores, fenômenos, gênios… São profissionais muito bem pagos e não heróis, como foram apresentados aos tele-expectadores brasileiros nesta Copa.

Heróis ensinam, cuidam, constroem, curam, transformam… Heróis recomeçam a vida a cada nova enchente, sustentam a família com o salário mínimo, apanham vários ônibus para chegar até o local de trabalho e, à noite, retornam com o cansaço guardado para poder sorrir aos filhos…

Como disse JC, “a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.