A safra da uva neste ano de 2017 deve superar as expectativas da Emater. O volume da colheita deve ficar além das 600 mil toneladas. Dados também confirmados pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). Mesmo assim, números concretos só deverão ser divulgados pela instituição a partir de maio, quando todas as vinícolas terão encerrado suas atividades e fazem o balanço da colheita.

Conforme explica o diretor geral da vinícola Aurora, Herminio Ficagna, os carregamentos de uva se encerram durante a próxima semana. Segundo dados da vinícola, os números passam de 70 mil toneladas recebidas (estimativa até a última terça-feira, 14). Números que superam os de 2015, quando foi registrado 65 mil toneladas. Segundo produtores, para efeito de comparação, não se deve levar em conta o ano de 2016, quando a safra foi uma das piores já resgistradas.

Em questão de volume, a safra foi acima das expectativas, já a qualidade do fruto se manteve no mesmo nível do ano passado. Embora as características da matéria prima tenham se mantido, a produção dos vinhos devem preservar o alto padrão. Um volume recorde consequentemente tem aumento de custos, devido a vários fatores como a contratação de mais funcionários para trabalhar na vinícola, acréscimo no horário de funcionamento.

Para a Salton, a safra foi positiva. Dados dão conta que a vinícola registrou mais de 17 milhões de quilos de uvas recebidas, com foco nas viníferas, que são para elaborar vinhos e espumantes premium. A principal parte da safra terminou, o que segue agora é a colheita tardia. Um tipo de uva que tem alto teor de açúcar, especial para elaboração dos vinhos premium. Para o engenheiro agrônomo e responsável técnico do departamento Viticultura da Salton, Maurício Copat, o clima ajudou bastante, aliado às tecnologias empregadas no trato da fruta.

O presidente Daniel Salton afirma que a safra 2017 atinge os objetivos que a Salton tem por base, apresentar aos seus consumidores produtos que são sinônimos de qualidade e requinte.”A realidade dos produtores menores é igual a das grandes vinícolas”, é o que conta o produtor Salvati, da vinícola Salvati & Sirena. Ele relata que o volume da colheita aumentou 20% em relação aos anos anteriores “esse ano a safra foi mais compassada, o que vai permitir alcançar tal número” explica o produtor. Sobre a qualidade, Salvati comenta que vai ter uma boa base para os espumantes. Mesmo que o fruto tenha tido uma deficiência na doçura, apresentando um baixo grau babo, os vinhos brancos não vão sofrer perdas em qualidade.

Segundo o produtor, as uvas que compõem o vinho tinto, tiveram uma ótima maturação, o que vai proporcionar uma vivacidade ao líquido, preservando a identidade varietal e geográfica. Para elaboração dos sucos, são utilizados dois tipos de uvas, a Isabel e uma variedade nova desenvolvida pela Embrapa, a Uva Carmen. De acordo com Salvati, a boa qualidade dos frutos se deve à oscilação térmica, que, ao contrário de ano anterior, o clima teve regularidade, contribuindo para a maturação correta.

Assim como nas outras cantinas, a parte em que precisou de mais investimento foi com o material humano, destinado para a colheita, bem como o transporte. Salvati conclui afirmando que a safra foi extensa e produtiva, gerando, assim, vinhos e sucos de boa elaboração. Além disso ele destaca que com o volume maior, será possível suprir a falta de estoque do ano passado.