No dia 13 de março de 2013, o Cardeal Jorge Mario Bergoglio, da Argentina, foi eleito como o 266º Papa da Igreja Católica, adotando o nome de Francisco em homenagem a São Francisco de Assis. Desde então, o pontificado de Francisco tem sido marcado por uma série de mudanças e gestos simbólicos que o diferenciam de seus antecessores, consolidando sua imagem como um líder progressista e preocupado com os mais vulneráveis.
Francisco rapidamente conquistou o coração dos católicos e não católicos ao redor do mundo com sua abordagem humilde e acolhedora. Sua simplicidade, compaixão e proximidade com as pessoas lhe renderam o título de “Papa do Povo”. Ele é conhecido por seu estilo de vida simples, optando por viver em um quarto modesto no Vaticano em vez dos aposentos papais luxuosos, e por suas declarações francas e diretas sobre questões sociais e políticas.
Uma Voz Progressista na Igreja
O pontificado de Francisco também foi marcado por sua postura progressista em relação a questões como a pobreza, a desigualdade social, o meio ambiente e os direitos humanos. Ele tem sido um defensor incansável dos pobres e marginalizados, criticando o capitalismo desenfreado e pedindo uma maior solidariedade global. Seus pronunciamentos sobre temas como a crise climática, a migração e a justiça social o tornaram uma figura influente no cenário mundial.
Reformas na Cúria Romana e na Igreja
Desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco empreendeu uma série de reformas na Cúria Romana, a administração central da Igreja Católica, com o objetivo de torná-la mais eficiente, transparente e responsável. Ele também promoveu reformas na própria Igreja, incentivando uma maior participação dos leigos e dando mais voz às mulheres.
Desafios e Críticas
Apesar de sua popularidade, o Papa Francisco também enfrentou críticas e resistências dentro da própria Igreja, especialmente de setores mais conservadores. Suas posições sobre questões como o casamento gay, o papel das mulheres na Igreja e a comunhão para os divorciados têm gerado controvérsia e divisões entre os fiéis.
Legado e Continuidade
Ao completar onze anos de pontificado, o Papa Francisco deixa um legado marcante de compromisso com os valores do Evangelho e de defesa dos mais necessitados. Sua influência vai além dos limites da Igreja Católica, inspirando pessoas de todas as religiões e convicções a se engajarem em causas de justiça social e solidariedade.
Embora seu pontificado tenha sido marcado por desafios e críticas, é inegável o impacto positivo que ele teve não apenas na Igreja, mas também na sociedade como um todo.
Lideranças católicas ressaltam a importância de Francisco
Entre os cardeais brasileiros, há certa unanimidade sobre as importantes mudanças dentro da Igreja Católica adotadas pelo papa argentino. Um deles é o arcebispo de São Paulo, o cardeal gaúcho Dom Odilo Scherer que ressalta o espírito franciscano do sumo pontífice. “O Papa Francisco tem sido um exemplo vivo do que significa ser um verdadeiro seguidor de Cristo, dedicando sua vida ao serviço dos mais necessitados e promovendo a paz e a justiça em todo o mundo”, afirma.
Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, considera o pontificado de Francisco como uma benção. O pontificado do Papa Francisco tem sido uma bênção para a Igreja e para o mundo, nos lembrando da importância de vivermos de acordo com os ensinamentos de Jesus Cristo, especialmente em relação aos pobres e marginalizados”, pontua.
Frei Betto, frade dominicano e escritor, aponta os avanços conquistados na Igreja após a eleição de Bergoglio. “O Papa Francisco tem sido uma voz profética em nosso tempo, denunciando as injustiças e desigualdades do mundo e nos desafiando a agir em solidariedade com os mais necessitados”, revela.
Francisco foi eleito após a renúncia de Bento XVI
Após a surpreendente renúncia do Papa Bento XVI em fevereiro de 2013, a Igreja Católica se viu diante de um processo de eleição papal extraordinário. Os cardeais se reuniram em conclave na Capela Sistina em março daquele ano, com a missão de escolher um novo líder para a Igreja. O cardeal Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, Argentina, emergiu como o escolhido e adotou o nome de Papa Francisco.
Sua eleição foi histórica em muitos aspectos, pois ele foi o primeiro Papa latino-americano, o primeiro jesuíta e o primeiro a escolher o nome de Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis, um sinal de sua intenção de reformar a Igreja e focar nos pobres e marginalizados. A escolha do Papa Francisco trouxe uma nova energia e perspectiva à liderança da Igreja Católica, iniciando um pontificado marcado por uma abordagem pastoral e inclusiva.
O conclave é o processo pelo qual os cardeais da Igreja Católica se reúnem para eleger um novo Papa. Após a morte ou renúncia do Pontífice, os cardeais se reúnem na Capela Sistina, no Vaticano, onde são realizadas as votações secretas. Durante o conclave, os cardeais são isolados do mundo exterior, ficando proibidos de ter contato com pessoas fora do processo eleitoral.
Cada cardeal vota em um candidato, e são necessários dois terços dos votos para que um novo Papa seja eleito. Após cada votação, os votos são queimados. Se um Papa não for eleito, uma substância é adicionada às cédulas para produzir fumaça preta. Quando um novo Papa é eleito, a fumaça é branca, anunciando ao mundo a escolha do novo líder da Igreja Católica.
Fotos: Vaticano Media / Reprodução