Golpes, transporte coletivo, construção de creches e número de vereadores em destaque nas pautas
Apenas quatro dos 17 vereadores que compõem o legislativo bento-gonçalvense utilizaram a tribuna no espaço das explicações pessoais na Sessão Ordinária da última segunda-feira (7). O líder do PDT, José Antônio Gava, se pronunciou no grande expediente e destacou, em sua fala, os golpes que vêm sendo aplicados, até mesmo pelas redes sociais. O primeiro secretário da Mesa Diretora, Thiago Fabris (Progressistas) levantou a pauta referente à construção de escolas infantis nos distritos industriais. O líder do MDB, Agostinho Petroli, destacou a audiência pública e o aumento ou não do número de vereadores, assunto este que foi reforçado pelo líder do Progressistas, Anderson Zanella.
Vereador Gava: “O ser humano está perdendo a vergonha na cara”, afirma
O líder do PDT, José Gava, se manifestou no Grande Expediente dizendo que “o ser humano está perdendo a vergonha na cara”. Conforme ele, na última semana uma de suas assessoras encontrou uma mensagem de um morador do Ouro Verde que publicou nas redes sociais um pedido de ajuda. A publicação continha uma foto dele junto com uma criança para impressionar. A assessora se dirigiu até o local para se certificar e era golpe. “Esta pessoa e seu marido são usuários de ‘pedra’. Então, fica um alerta: certifiquem-se, porque é todo o dia gente pedindo coisas, muitas vezes, prejudicando quem realmente necessita”, ressaltou.
Gava demonstrou indignação com relação à tentativa de legalizar o consumo de drogas. “Estão discutindo uma lei que eu não consigo colocar na minha cabeça. Não dá para entender a que ponto chegamos nesse Brasil. É tudo para favorecer o crime. Da maneira como as coisas estão indo, eu estou com muito medo. Existe uma guerra entre o bem e o mal e, neste momento, o mal está vencendo. Salve-se quem puder”, lamentou.
Vereador Fabris: Incentivo à construção de creches e escolas em distritos industriais em pauta
O vereador Thiago Fabris (Progressistas) informou que registrou na última semana, em Porto Alegre, em visita ao deputado estadual Guilherme Pasin, o protocolo de um dos maiores, se não o maior projeto de seu mandato: o PIE-E (Programa de Integração Empresa-Escola). “Hoje, nos distritos industriais, não apenas no nosso Município, existe um problema com relação à falta de mão-de-obra, por vários motivos. Um deles, relacionado aos pais que têm filhos. Normalmente nestes locais não têm muitos moradores, o que impossibilita aos municípios construir uma escola infantil. Então, criamos este projeto, que possibilita às empresas se unirem e utilizarem 5% do ICMS para construção de creches. Como é um projeto em nível estadual, apresentamos ao deputado Pasin que abraçou a ideia e melhorou ainda mais: ele incluiu a possibilidade de reformas nas escolas já existentes, compra de vagas em cursos profissionalizantes ou contraturnos”, pontuou.
Vereador Petroli: “Falta transparência”, disse, em relação à audiência pública acerca do transporte coletivo
“A audiência do ato justificador para o transporte público foi uma ação que teve o único objetivo de cumprir regulamento. Não mostrou que vai haver qualquer tipo de mudança e nenhuma melhoria. Mais uma vez vai ser um ‘Control C’, ‘Control V’. Copia e cola”, disse o líder do MDB, Agostinho Petroli, referindo-se à audiência pública para debater a licitação do transporte coletivo urbano.
Conforme ele, não foi apresentado nenhum detalhe sobre rotas específicas ou novos itinerários. “O argumento que deram é que esta é uma informação privilegiada e só pode sair no momento do lançamento do edital. Falta transparência”, afirmou.
Outro assunto levantado foi o número de vereadores indicado para compor a Câmara. “Depois do Censo divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o assunto que mais veio à tona na cidade foi esse. Será que um maior número de vereadores dará a garantia de melhor representatividade? Será que mais segmentos da sociedade estarão presentes aqui?”, questionou, e esclareceu: “O orçamento será o mesmo. Mas haverá um aumento de despesas. Isso acarretará a redução do que devolvemos ao Executivo, que pode ser usado na saúde, na educação ou onde for necessário para a população”.
Vereador Zanella: número de vereadores deve ser debatido
Também explanando sobre o número de vereadores, o líder do Progressistas, Anderson Zanella, frisou que qualquer alteração deve ser feita até um ano antes do pleito, ou seja, até outubro. “Corremos contra o tempo, no bom sentido da palavra, se entendermos que tem que aumentar ou diminuir vereadores. Mas temos que debater. Tem várias formas de aumentar custos reduzindo o número de vereadores. Pode-se reduzir para 11 e aumentar o número de assessorias, gerando mais custos. Como também pode-se aumentar para 19 e reduzir o número de assessorias, que se gasta menos do que com 17. Essa matemática é muito relativa”, explicou.
“O que a gente vê ao longo dos anos é que quando os interesses entram em votação, os interessados participam. Quando os interesses não entram em votação, a sociedade não está nesta casa. É assim que funciona no Brasil todo”, disse, com relação à participação popular. “Então esse debate é importante. E tem que ser levado muito a sério. Não podemos nos furtar de termos posicionamento. Quando nos elegemos, aceitamos os ônus e os bônus. Temos que ter postura”, salientou.