Álvaro Luiz Pacheco Becker, 59 anos, é natural de São Leopoldo. Atua na Polícia Civil desde 1977. Casado, pai de dois filhos e avô de uma neta. Entre idas e vindas, está há 27 anos em Bento Gonçalves. Atualmente é o Delegado titular da 2ª Delegacia de Polícia do município, especializada em crimes de roubos e latrocínios. Quando começou sua carreira, aos 20 anos de idade, não imaginava que sua vida se tornaria cheia de emoção, aventuras e histórias para contar. Com quase 40 anos no ramo policial, Becker relata suas vivências, anseios e satisfações.
Ao longo da carreira policial, algumas satisfações e dissabores foram sentidos pelo delegado, que não desanimou e segue firme e forte na caminhada, acreditando em um futuro melhor para a sociedade. “Satisfação o policial tem quando podemos notar que as pessoas que nos procuram, na grande maioria das vezes em momentos angustiantes, são atendidas e saem com a certeza de que o seu problema vai ser resolvido da melhor maneira possível. Além disso, toda a vez que conseguimos tirar de circulação algum tipo de criminoso que tenha feito algum mal para uma família e se torna nocivo para a sociedade, sentimo-nos gratificados e isso para nós é o que importa”, relata.
Segundo ele, a principal demanda da cidade seria um presídio modular, com bons equipamentos e policiais suficientes para atender a demanda da população. “Algo que todos nós da Segurança, queremos e que não temos, são policiais suficientes para atender da melhor maneira a quem nos procura, boa estrutura nas Delegacias e um presídio com capacidade para abrigar todos aqueles indivíduos que deveriam estar recolhidos e não estão. Quero que esse presídio seja construído logo para que possamos tirar de circulação os indivíduos nocivos à sociedade. Sabemos que a culpa não está neste ou naquele setor mas sim decorrente da ineficácia do sistema como um todo. A engrenagem tem dentes quebrados e por isso a roda não gira como deveria girar. Se não há lugar para eles cumprirem suas penas, voltam para a rua e continuam com seus crimes”, pontua.
Consequências da falta do presídio
Uma das consequências, segundo o Delegado, é o número crescente de crimes, pois muitas vezes a justiça tem que fazer escolhas. Se um indivíduo foi preso em flagrante e não existe vaga no presídio, tem-se que optar entre os presos. “O presídio está superlotado, isso é notório, e a consequência desta superpopulação é estarmos sempre realizando um retrabalho de prender os mesmos indivíduos que deveriam estar recolhidos, cumprindo pena domiciliar ou usando equipamento eletrônico. Não sou adepto da tornozeleira eletrônica, para criminosos violentos, pois não inibe o criminoso em continuar com sua onda de crimes”, aborda.
Entrosamento com a Brigada Militar
Becker diz que Bento Gonçalves é uma cidade modelo para outras localidades, quando se fala em vínculo com a Brigada Militar. “Em muitos locais existe dificuldade e até óbices para este entrosamento e cada um faz seu trabalho, às vezes um lado contrapondo ao outro. Aqui é diferente, conseguimos alinhavar uma parceria em que o resultado no final das contas é um melhor atendimento à população, que quer segurança. Sempre tive o cuidado de manter uma conversa franca com os comandantes da Brigada Militar, aliada a uma boa comunicação e em qualquer controvérsia tentamos resolver o problema mais rápido possível. Somos parceiros na maioria das ações que ocorrem e não tenho visto nos últimos tempos qualquer tipo de problema entre os policiais que estão na rua, pelo contrário, eles se unem para cumprirem com seus deveres realizando um serviço bem feito”, comenta.
Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário deste sábado, 23 de julho.