Você chega em casa e liga a TV. Enquanto passa qualquer filme, você olha alguns stories, responde algumas conversas no WhatsApp. Poderia ficar ali por horas, atualizando o feed do Instagram a cada 3 minutos. Depois, o bucólico Facebook. Quem não espera algo genial acontecer na vida enquanto se mantém nesse estado vegetativo?


Na mesa do barzinho, os assuntos são rasos. Uma vez citavam o nome de algum filme e todos espremiam a memória para lembrar das cenas e se envolver com o assunto. Hoje a prioridade é fazer foto de cada sorriso largo. O problema não é fazer um registro (que é lindo!), é fazer do registro a parte mais importante do encontro.


Não é algo tão horrível, nem uma novidade. Nós já sabemos que tem coisa errada. A minha geração fazia curso de datilografia, computação básica e avançada, curso de secretária. Éramos obrigados a fazer tabelas no Word e contas no Excel. Hoje tem gente que chega no primeiro dia de trabalho e não sabe O QUE É um e-mail.


Que desabafo triste de quem vê as pessoas trocando cérebros por mobiles. Ideias por aplicativos. Tutoriais por filtros. Nosso cérebro só não cresceu mais porque a gente não consegue juntar o que a gente é com o que a gente tem. Não era para ser só um uma grande facilitadora? O uso desenfreado da tecnologia dá o frágil sentimento de que estamos evoluindo.


Eu não sei lidar muito bem com isso, nem saber se estou tão errada ao pensar assim. É clichê e redundante pensar que a mudança deveria começar pelo começo? Não ter um celular aos cinco anos de idade não é sinal de maus tratos. E não sou eu quem diz isso, tem centenas de estudos comprovando a má influência dos meios digitais em crianças e jovens.


Ter horário para estudar, para brincar, assistir TV é visto como castigo hoje em dia. Não sou mãe e não estou aqui para julgar a forma de criação. Só queria entender onde estamos errando e para onde estamos indo. E isso nem foi ideia minha. Professores, em suas salas de aula, já diziam há algum tempo que os jovens de hoje NÃO serão mais inteligentes por causa do avanço da tecnologia, muito pelo contrário. Essa foi uma das afirmações mais tristes e preocupantes que já ouvi!


Mostre aquilo que você é. Trabalhe sem precisar de holofotes. Quando você expõe qualquer projeto pessoal sem necessidade, cria uma expectativa por parte dos espectadores (a não ser que seja esse o seu trabalho, ok?). E, muitas vezes, você nem vai levar a sério, porque está mais preocupado no resultado que você nem vai conseguir entregar (para quem é tudo isso mesmo?). Seria interessante se você fosse realmente aquela pessoa simpática do Instagram. Ganharia um tempão e ainda poderia dar uma malhada, não é?


Vai ser difícil precisar usar a fórmula de Báskara na vida, mas ser gentil e saber interpretar um texto vão ser sempre coisas indispensáveis.