O acréscimo no setor de supermercados foi de 3%, que resultou em mais de 6 milhões de produtos comercializados

Considerado a segunda melhor época do ano para o comércio, apenas atrás do Natal, a Páscoa 2018 confirmou e superou expectativas. No setor de supermercados a alta foi de 3%, que refletiu em quase 7 milhões de produtos vendidos. Nas lojas especializadas a procura foi 5% maior do que no ano passado.
De acordo com o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, a alta nas vendas foi puxada devido a comercialização de itens além do chocolate, como utensílios de bazar, vinhos, flores e brinquedos. Para ele, a diversidade na procura demonstra que os gaúchos mantém o sentimento de presentear pessoas do seu convívio.

Longo resume que “esta foi a Páscoa das oportunidades, e por isso as pequenas e médias empresas tiveram um resultado melhor que as maiores. A vivência do supermercadista no dia a dia da loja durante toda a quaresma, acompanhando os anseios dos clientes e reajustando promoções e ações de venda foram decisiva para um resultado positivo nesta Páscoa”.

O presidente ainda complementa que “neste ano, o preço médio dos produtos de Páscoa esteve abaixo do ano passado, já que despontaram os ovos de chocolate menores e mais baratos”.

Sobre as vendas, segundo estudo da Agas, o setor comercializou cerca de 96% dos 6,8 milhões de ovos de chocolate colocados nas prateleiras e parreiras nesta Páscoa. “O crescimento na venda de ovos foi de 3%, mas as vendas de barras, cestas e bombons cresceram em média 10%”. Ainda sobre os rendimentos, o presidente observa um aumento de 8% nas vendas de produtos de bazar. “A venda de brinquedos avulsos fora dos ovos cresceu 12%, mostrando que as crianças valorizam mais o brinquedo do que o chocolate”, destaca Longo.

Outro fator que contribuiu para o bom momento nos supermercados foram alimentos refrigerados. “A venda de pescados cresceu 10%, sendo 98% destes produtos congelados. A tradição fala mais alto e a data oportunizou a venda de produtos como carne para o churrasco de domingo, bebidas e sobremesas”, analisa Longo.

Lojas estão com promoções de queima de estoque. Alguns descontos podem chegar até 50%. Foto: Lorenzo Franchi.

Comércio

Além dos supermercados, o comércio teve uma Páscoa farta, embora não seja o período de “apelo dos comerciantes”. Conforme o Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Marcos Carbone, “pesquisas mostraram que em 2018, as vendas com a Páscoa teriam um acréscimo na ordem de 5%, em relação ao ano anterior. Descontada a inflação esse acréscimo deve ter sido da ordem de 3%”, ressalta.
Amadio ainda emenda, “parece pequeno, mas se levarmos em consideração o período que estamos encerrando de resultados negativos, são motivos para comemorar. Mesmo modesto são sinais de recuperação econômica e demostra uma tendência para as demais datas”, avalia.

Esperançoso com o fortalecimento econômico, o presidente do CDL, reforça que o mercado financeiro demonstra sinais de crescimento e de recuperação. “Todas as datas de 2018 projetam crescimento, como aconteceram com as do segundo semestre de 2017. A previsão anual de vendas projeta 3% de aumento real, isso é, descontada a inflação do período. Poderão alguns períodos serem maior ou menor, mas no total deveremos atingir essa média. Bem melhor que em 2017”, destaca.

Sobre as projeções positivas para este ano, Daniel Amadio alerta ao momento político brasileiro, “Quando estas variáveis do nosso país, não atrapalharem os investimentos, teremos resultados maiores. O mundo todo está crescendo e o Brasil sem resolver seus problemas domésticos, fica prejudicado, perdendo a onda da economia mundial”.

Sobre as alternativas aos comerciantes que ainda possuem produtos em estoque, Amadio orienta, “baixar o preço ao custo de compra. Com uma boa divulgação e um preço atrativo, dificilmente sobre mercadoria”.

Promoções

Passado o período Pasqual, as lojas especializadas do segmento buscam criar alternativas para esvaziar os estoques. Desde segunda-feira, é possível encontrar promoções com os mais variados descontos. Em algumas chegam até 50%.

As oportunidades de queima de estoque, já previstas por algumas pessoas leva com que estas atrasem suas compras em detrimento do bom preço. A dona de casa Maria Conceição, 58 anos, atenta aos movimentos comerciais relata que há três anos procura fazer suas compras após a festividade. Segundo ela, “o objetivo é aliar qualidade com menos gastos”, disse.

Conforme Maria, após adotar esta prática, ela notou uma economia. “Antes eu gastava até três, quatro vezes mais. Consigo comprar melhor, uma qualidade superior e pagar menos”. Questionada sobre a falta de produtos, ela afirma que “os familiares sempre entendem. Nunca deixaram de ganhar. Se não tem o ovo que eles querem, paciência. Pode demorar um pouco, mas a Páscoa sempre chega”, brinca Maria.