Um problema recorrente e preocupante volta a acontecer no Residencial Novo Futuro, no Ouro Verde. As invasões de apartamentos desocupados por pessoas que teoricamente não teriam onde morar já foram registradas em diversas ocasiões no local. Na semana passada a situação foi novamente presenciada. Um apartamento no Bloco I foi arrombado, saqueado e teve a fechadura alterada, registrando assim outro capítulo de uma história que parece estar longe de terminar.

O fato ocorreu na terça-feira, 12, quando Rozidet Trindade e seu filho, Dagoberto, deixaram o complexo em direção ao município de União da Serra, próximo a Serafina Corrêa. De acordo com o relato da proprietária, ao retornarem ao apartamento, três dias depois, em virtude de um telefonema de uma vizinha que teria alertado sobre a possível invasão, notaram que a luz estava acesa dentro de casa. Com medo de um confronto com o invasor, acionaram a Brigada Militar (BM), para auxiliar na situação. “Quando a polícia chegou notamos que haviam trocado a fechadura da nossa porta. Os policiais bateram diversas vezes, solicitando que fosse aberta, obstruindo o olho mágico a fim de evitar que os invasores vissem através da porta “, relata. Ao entrarem na residência, os policiais deram ordem para que os invasores, um casal de aproximadamente 35 anos e duas crianças entre 5 e 10 anos, deixassem o local.

De acordo com Dagoberto, a família teria utilizado os móveis do apartamento durante sua permanência, movendo apenas o vestuário do guarda-roupa, que foi deixado no chão de um quarto. “Disseram que uma pessoa informou que o local estaria vazio, sem moradores, e por isso, poderiam entrar sem problemas. O estranho é que tínhamos frutas frescas em cima da mesa e outros elementos que mostravam que a residência estava habitada”, afirma. As partes foram conduzidas para a delegacia, onde foi realizado Boletim de Ocorrência (BO), no qual consta o furto de aparelhos eletrônicos do apartamento. A reportagem tentou contato com os apontados no BO pela invasão, porém, não obteve retorno.

O cenário preocupa Rozidet, que embora soubesse da costumeira prática no condomínio, não imaginava que pudesse ser o próximo alvo. “É como se não pudéssemos mais sair de casa sem correr o risco de perdermos nossa moradia ou ter que acionar as autoridades para retornar. É uma situação complicada até para quem trabalha na cidade”, ressalta.

A invasão não surpreende outros moradores do local. De acordo com Heraclides Gonçalves, em diversas outras situações os apartamentos do complexo já haviam sido violados. “Muitos realmente estão abandonados pelos proprietários, mas isso não dá o direito de outros invadirem e tomarem conta do espaço. Infelizmente essa prática está cada vez mais comum no Novo Futuro e há pouco que possa ser feito”, comenta.

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