Garrafas da bebida e garrafões fazem parte da coleção que Edylio Luvisa conserva com muito amor

 

Uma imensidão de garrafas de vinhos e garrafões de várias partes do mundo. Dos mais antigos aos mais modernos. Uma paixão pela bebida que já existia no sangue de seu Edylio Luvisa, de 80 anos, que coleciona aproximadamente 1200 garrafas de vinho de diversos países. “Cada garrafa de vinho é um pedaço de história”, afirma.

Muito mais do que colecionar vinhos e garrafões, ele fez disso a sua profissão. “Nasci em Monte Belo do Sul e já pisava uva com meu pai aos oito anos. Desde aquela época, nunca mais saí do ramo. Meus pais me mandaram estudar em bons colégios, fui servir o exército, e após entrei para a maior vinícola existente na ocasião, a Companhia Vinícola Rio-Grandense, onde fiquei 12 anos, hoje já desativada. Posteriormente fui para outras vinícolas, sempre na área de vendas, como a Aurora, onde trabalhei por mais de 20 anos”, explica.

Apesar de amar esta área, ele mudou de profissão, mas retornou para o que mais lhe faz feliz. “Após um episódio familiar, acabei mudando de ramo, mas voltei para o setor vinícola com a representação comercial. Naquele tempo inicial, havia no RS meia dúzia de vinícolas conhecidas. Hoje, em função da escola de Enologia, muitos produtores de uva tem um filho enólogo, que deseja montar a cantina em casa e que produzem bons vinhos”, destaca. Hoje, pela sua experiência, ele é procurado para auxiliar nas vendas e dar dicas aos produtores.

O ingresso no mundo do vinho não foi por acaso, a paixão pelo universo da bebida motivou a escolha da profissão e a sua coleção. “Provavelmente tenho uma de cada país que produz vinho. Sempre ganhei de presentes, de algumas pessoas que visito ou que me visitam. Conheci 14 países da Europa por meio do vinho, visitando os castelos vinícolas onde existe a produção da bebida e, por isso, fui colecionando. Em sua maioria, são vinhos antigos, que não tem valor de consumo, mas possui um valor histórico. Poucas pessoas tiveram tanta atividade na vida em cima de um mesmo produto”, avalia.

Além dos vinhos, ele também coleciona garrafões de diversos países. “Em cada lugar que eu ia procurava, mas era muito difícil encontrar. Cheguei a ter até 100 garrafões, mas agora a coleção está menor. Porém, tenho garrafões de vidro branco com capacidade de 75 litros fabricados na Inglaterra de 1930 a 1940. Muitos que eu tenho são de azeite de oliva, que vinham engarrafados para o país, em garrafas diferentes”, ressalta.

Para ele, que também passou para a esposa e filhos o amor pelo vinho, fica o sentimento de gratidão pela profissão. “Sinto-me gratificado com a vida por ter tanta longevidade em uma profissão só, pois são mais de 50 anos de vinho. Frequentei muitos laboratórios de cantinas e recebi muita instrução de grandes enólogos, pesquisando os segredos do vinho. Em função dele conheci o Brasil todo e países da América do Sul e Europa. Fiz muitas amizades e se vivesse 100 anos continuaria aprendendo e amando a minha profissão, pois tenho muito amor pelo que faço”, finaliza.