Em dois meses deve ocorrer uma audiência da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) com o Ministério da Educação (MEC) para deliberar sobre a questão da instalação do campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na Serra Gaúcha. Segundo informações da Amesne, os últimos desdobramentos envolveram a definição do terreno da Embrapa para instalação da unidade, entre Garibaldi e Bento Gonçalves, no Vale dos Vinhedos.

Na próxima semana, o presidente da Associação, Antonio Cetollin, deve ter uma agenda em Brasília com o MEC, para dar continuidade ao processo. Como a audiência ainda não está marcada, a ida à Brasília servirá para definir a data do encontro.

Segundo Cetollin, a definição do terreno da Embrapa para a instalação do campus, por parte do MEC, é o passo mais importante no momento. “Assim temos uma garantia e ficamos tranquilos”, observa. O terreno, de acordo com o presidente, possui 24 hectares e passou por uma análise do MEC nos últimos seis meses.

O presidente não tem perspectiva de quando a obra deve começar ou quando os próximos passos concretos devem ser dados, uma vez que o cenário de recessão impossibilitaria investimentos do Governo Federal no momento. “Tem essa situação de Brasília complicadíssima, por isso queremos fazer um trabalho forte no sentido de garantir que o campus seja entre Bento e Garibaldi”, relata.

Relembre o caso

O terreno para a instalação do campus foi cedido pela Embrapa ainda no início de 2015, quando houve consenso dos municípios, que fazem parte da Amesne, para a instalação da universidade federal naquele espaço. À época houve divergências dos municípios de Caxias do Sul e Farroupilha, que cederam um terreno de sete hectares, no Desvio Rizzo, em Caxias do Sul, que também serviria para a instalação do campus.

Conforme a Embrapa Uva e Vinho, o lote do Vale dos Vinhedos não é utilizado e, por isso, teria que ser vendido. Além disso, pelo fato de ambos os órgãos serem federais (Embrapa e UFRGS), o imbróglio burocrático para a construção seria menor. Estes argumentos serviram de base para pleitear a construção no Vale dos Vinhedos ao longo de seis anos.

A disputa pelo local vem desde 2011 e autoridades políticas da região chegaram a sugerir a instalação de dois campi, um que abrangesse a região de Caxias do Sul e Farroupilha e, outro, para Veranópolis e Marau. O posicionamento da UFRGS se manteve estável neste período: faz parte do planejamento estratégico da entidade instalar um campus na região, porém, deve haver consenso, mobilização e apoio em recursos e infraestrutura da comunidade para o projeto se concretizar.

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