Área de produtos como carros totalmente elétricos e tijolos ecológicos ganha cada vez mais espaço no mercado da região da Serra

O desenvolvimento tecnológico traz novidades que se tornam opção para agredir menos o meio ambiente, ao mesmo tempo em que cria alternativas aos produtos comumente adotados no mercado. O carro elétrico, embora ainda com um preço fora da realidade da maioria dos brasileiros, tem se popularizado cada vez mais. Além disso, existem alternativas aos materiais de construção tradicionais com o reaproveitamento de polímeros, como as garrafas PET. As novidades foram apresentadas na Feira de Negócios, Tecnologia, Conhecimento e Meio Ambiente (Fiema Brasil), que ocorreu em Bento Gonçalves na semana passada.
A empresa chinesa BYD, que esteve presente na feira com o automóvel elétrico, está de olho no mercado brasileiro, mesmo considerando que sua inserção precisa ser gradual. A empresa ainda desenvolve empilhadeiras e caminhões com o mesmo sistema, mas também busca ampliar o mercado da energia fotovoltaica.
De acordo com o engenheiro da BYD, Alexandre Travi, o motor é de corrente alternada, com uma potência de 120 cavalos, sustenado por uma bateria de lítio desenvolvida pelo fundador da empresa, Wang Chuanfu. “É uma bateria muito mais segura, não pega fogo, não explode e tem uma longevidade muito maior. Contudo, a quantidade de energia que você armazena é menor, com menos autonomia”, avalia.
O modelo E6 chega no mercado por R$ 270 mil, mas a expectativa do engenheiro é de que em cinco anos o produto esteja acessível e, a tecnologia, mais barata. “50% do preço do carro é a bateria, porque para produzir ainda é muito caro, mas no futuro o preço vai ser menor”, avalia.
A durabilidade estimada da bateria é de 15 anos, sendo que o veículo tem uma autonomia de 400 km por recarga. De acordo com informações da BYD, o veículo está sendo bem aceito por governos e grandes empresas. Hoje são cerca de 30 veículos circulando no Brasil.

Reaproveitamento de resíduos

Outra solução que pode reduzir os danos ao meio ambiente, apresentada na Fiema, é a tecnologia de transformação de polímeros em produtos com valor de mercado. A cooperativa Bio8 faz transferência de tecnologia para empresas interessadas em adotar o modelo de negócio.
De acordo com o engenheiro ambiental Níkolas Winkler, o método propõe valorizar resíduos que hoje são destinados para o aterro. “Eles oferecem potencial para criar um novo produto, mas hoje estão sendo descartados”, argumenta. Ele explica que a máquina processa o polímero (ou outro material) e faz a fusão em uma temperatura de 120°C. Isso resulta em uma massa modelar, que possibilita desenvolver outro item.
Na avaliação do engenheiro, a inserção no mercado tem sido significativa, sobretudo pelo seu impacto positivo. “A expectativa é de que cresça ainda mais, porque 90% do que é enterrado, é composto por polímeros”, avalia.
Ele utiliza de exemplo a produção de tijolos de construção com resíduos reaproveitados. “São resíduos de cortinas de persianas, misturados com outro tipo de polímero, que deu a liga e formou esses blocos. Hoje em dia está sendo testado em pequenas construções, como guaritas e divisões internas”, pontua.