Numa trajetória incrível de superação, força de vontade e determinação o policial militar, Evandro Gomes Rodrigues, 37 anos, realiza no sábado, 8 de dezembro,  o sonho de se tornar médico.

Filho de pedreiro, mãe doméstica, seis irmãos, pessoas simples da cidade de São Gabriel que viram as dificuldades financeiras aumentar com o falecimento do pai, vítima de AVC, quando Evandro tinha apenas oito anos de idade.

O menino que fazia 14 quilômetros a pé para estudar, que dormia para esquecer a fome, que viu sua família ser despejada por mais de uma vez por não conseguirem pagar o aluguel, cresceu e conquistou uma vaga no concurso da Brigada Militar. Não só conquistou como conseguiu se classificar em primeiro lugar na turma de soldados de 2006 em Caxias do Sul.

A força de vontade do garoto pobre que se tornou policial, não parou por aí, e em 2011 ele foi aprovado em medicina na Universidade Federal do Rio Grande – FURG, conquistando 22º lugar das 70 vagas oferecidas pela instituição. Começava aí uma nova luta para realizar o sonho de se tornar médico. Diante da impossibilidade de transferência, o soldado afirmou ao seu comando que iria atrás do seu sonho. “Eu viro mendigo em Rio Grande, mas realizarei o sonho de me tornar médico, se não tem transferência pedirei meu desligamento da corporação”, garante. Comovido com a determinação do PM, o Comando se mobilizou e conseguiu a transferência.

Contando com o apoio e a compreensão de todos os colegas e cumprindo sua carga horária na BM, durante as madrugadas para conseguir frequentar a universidade que exigia praticamente presença em três turnos, foi assim, com muitas noites sem dormir, que o soldado viveu seus últimos sete anos, e a recompensa de todo o esforço será comemorada junto com aquela que lhe deu a vida, e que mesmo em meio as dificuldades lhe incentivava a estudar, dizendo que só o estudo poderia mudar a sua vida. Aos 64 anos, Maria Genair Menezes Gomes com a saúde bastante debilitada acompanhará a grande conquista do filho. 

Rodrigues, emocionado comemora a conquista e afirma que sua conquista se deve a várias mãos que o auxiliaram. “Tanta gente me ajudou até aqui, eu não estou chegando sozinho”, revela.

Fonte e foto: CRPO/Serra