Para o presidente do Sindicato, crise serviu para indústria se atualizar tecnologicamente e rever conceitos de produção

Os primeiros meses de 2018 tem apresentado índices significativos que representam uma retomada econômica em Bento Gonçalves. É o que garante o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simmme), Juarez José Piva.Conforme dados da entidade, para este ano a perspectiva é que o setor cresça 16%.

De acordo com o presidente do Sindicato, após três anos de crise e percentuais negativos, as projeções para os próximos anos devem suprir a crise. “Nós iremos continuar crescendo, talvez não na velocidade que nós queríamos, mais elevado, com mais consistência, mas percebemos que continua esse crescimento de moderado para médio. Isso diz que estamos no caminho certo”, observa.
Piva ainda relata que “em 2017, conseguimos terminar o ano com crescimento de 13%, uma base muito baixa. Em todo caso, sinaliza que temos um crescimento pequeno, vindo de 2016. E, 2018, pelo menos a sinalização, de estudos e cálculos, é de fecharmos em 15 a 16%”.

Passado o primeiro trimestre, o presidente disse que as projeções chegaram a 17%, mas com uma retraída no mês de março o fechamento foi 14,8%. “Nesses três meses tivemos um alento sobre 2017. O ideal seria um crescimento de 20 a 25% das nossas indústrias, mas infelizmente isso não vai ocorrer, pois ao que me parece, a retomada econômica do Brasil vai ser um pouco mais demorada”, alerta.

Crise

Se 2018 tem representado uma retomada, os últimos três anos foram os piores economicamente para o setor. De acordo com o presidente do Simmme, houve uma queda de 50% no faturamento no período que resultou em perdas de cerca de R$1 milhão. “Foi um desastre no setor metal mecânico”, acentua Piva.

Sobre os ensinamentos tirados em meio à crise, Piva foi enfático e citou a atualização como uma ferramenta. “Nos mostrou que nós da indústria devemos estar muito mais preparados, mais alicerçados e principalmente buscar novas tecnologias, novos conceitos de produção, aumentar a produtividade para que os nossos produtos se tornem cada vez mais competitivos internacionalmente”, observa.

Conforme Juarez José Piva, as contratações ainda são tímidas. Foto: Lorenzo Franchi.

Ainda sobre mecanismos que possibilitem a retomada econômica, Piva pontua a simplificação da reforma tributária e a busca por cursos e novos conceitos. “Visamos unir os associados em palestras e visitas técnicas. Cada um precisa adquirir mais conhecimento, entender novamente como fazer, com quem fazer, porque esse mundo ficou tão pequeno no ponto de vista de tecnologia, de comunicação, pelos processos. Esse é o meio que as empresa tem de estar se modificando, atualizando, sobrevivendo e atraindo novos investimentos no setor”, ressalta.

Retomada

Para superar o retrocesso de anos anteriores, o presidente do Sindicado acredita que a diversificação do serviço será peça fundamental. “O mercado de Bento Gonçalves tem a virtude de atender todos setores. Aqui temos a automação, a linha de envase, de produtores, fundição, temos uma gama bem estruturada de produtos. Isso é uma vantagem competitiva”, ressalta.

Em relação a mão de obra, Piva revela um tímido crescimento de contratações. Conforme ele, os índices variam de 0,2 a 0,3% ao mês. Quanto a isto, ele orienta que os empregados e empregadores a estarem preparados. “A mudança aconteceu, ela está ai. O que temos que fazer é usar o mínimo de tempo para atualizar nossas indústrias. O setor Metalomecânico pela diversidade. A criatividade é muito pertinente. Ela faz acontecer a inovação, cria oportunidades”.

Piva ainda reforça sobre o processo de atualização. “As pessoas precisam deixar a zona de conforto. Aproveitem para renovar seus conceitos, seus princípios para acompanhar as novas inovações que se apresentam”. Por fim, o presidente do Sindicato conclui, “o mercado vai ter uma retomada, em 2018. Ainda não como queremos, mas em 2019, esperamos que o povo, com muita sabedoria, saiba direcionar de forma propícia o crescimento do pais”, disse Piva.