O site e aplicativo Airbnb que opera um mercado on-line e serviço de hospitalidade, tornou-se referência em âmbito mundial. Nos últimos anos no Brasil, também passou a ganhar espaço como uma nova opção de hospedagem. A ampliação deste tipo de serviço recebeu adeptos também em Bento Gonçalves, principalmente entre turistas de várias regiões do país, o que está levando o setor hoteleiro a buscar uma concorrência justa no serviço.

Para buscar informações e entender melhor esse cenário de expansão do Airbnb e demais sites que oferecem locações temporárias de casas ou apartamentos, o Sindicato Empresarial da Gastronomia e Hotelaria da Região Uva e Vinho (SEGH), está formulando um estudo. Quem passa alguns detalhes do levantamento é a diretora executiva da entidade, Márcia Ferronato. “Já temos vários estudos com locais pelo mundo que possuem esse serviço disponível para entendermos como esses destinos turísticos se comportaram diante deste cenário, se houve e como foi implementada regra de legalização para que haja uma convivência harmônica entre o setor hoteleiro e esses aplicativos”, relata.

De acordo com Márcia, o que o setor busca e deseja é uma relação equilibrada e com regras. “Os próprios empresários falam que não são contra Airbnb e outros sites, mas querem equilibrar essa relação, com a legalização, isso é importante. Reiteramos, não somos contra nenhum tipo de iniciativa, mas não pode haver dois pesos e duas medidas”, sugere.

Ainda segundo a diretora executiva do Segh, há uma série de encargos e regras que o setor tem como custo, que os demais serviços de hospedagem não possuem, o que torna a concorrência desleal. “Para uma empresa, há uma cobrança de cnpj e uma série de critérios que precisam ser cumpridos para estarem aptos a funcionar. Os encargos e demandas que a hotelaria registra não podem ser comparados com quem tem um imóvel nesses sites, por exemplo, Plano de Prevenção de Controle contra Incêndio (PPCI). Esse tipo de locação não tem nenhuma vigência de regras, o que entendemos que seja um pouco desleal. Não queremos ser injustos com ninguém, mas não queremos ser prejudicados”, destaca.

A possibilidade de uma reunião com representantes do setor está sendo agendada com o prefeito, Guilherme Rech Pasin. A ideia é conversar com o mandatário local e apresentar o estudo na busca de viabilizar o funcionamento de forma harmônica entre hotéis e sites de hospedagem.

Locadores em Bento 

Mais de 300 imóveis de Bento estão cadastradas no airbnb. A esteticistas Kely Carlet, por exemplo, tem cinco imóveis no site. Antes de anunciar, ela conversou com os demais moradores dos locais. “Em uma reunião de condomínio informamos e explicamos como funciona. Já tive problemas porque hóspedes não respeitaram as normas do condomínio, mas é bem raro”, esclarece.
De acordo com Kely, seus imóveis atendem todo tipo de público de jovens até famílias. Já foram recebidos visitantes de todo Brasil e estrangeiros, no período de férias.