Segundo Prefeitura de Pinto Bandeira, conserva de estrada depende de contrato entre Daer e empresa responsável

O reparo de pouco mais de 18 quilômetros da VRS 855, que liga Pinto Bandeira a Bento Gonçalves, está sendo adiado há mais de um ano e não há perspectiva do recapeamento ocorrer até o final deste ano. A única certeza da Prefeitura de Pinto Bandeira é que a obra faz parte do Crema Serra e que em algum momento ela precisa ser concluída.
Enquanto isso, caminhões carregados de pêssego e veículos de passeio trafegam em meio aos buracos, que se aprofundam a cada chuva. Como medida paliativa, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) enviou 20 sacos de um produto para tapar buracos, que devem ser utilizados quando a estrada se tornar intransitável.
De acordo com o prefeito Hadair Ferrari, o pedido inicial foi de 100 sacos, mas mesmo assim não resolveria o problema. “Isso dá para fazer o fechamento de 10 buracos grandes ou 20 buracos médios, mas nossa estrada deve ter em torno de 2 mil buracos”, avalia.
O prefeito comenta que o contrato entre o Daer e a empresa responsável por fazer a conserva das estradas, Encopav, encerrou em outubro e não foi renovado. “Isso nos deixou bastante tristes. Todas as estradas do Rio Grande do Sul estão sem conserva porque a Encopav não está mais fazendo”, afirma. Ferrari aguarda a transição de governo para ter posições mais concretas.
Uma possibilidade cogitada pelo prefeito foi fazer um convênio para a Prefeitura ter autorização para a operação tapa buracos, mas a burocracia inviabilizou o acordo, já que poderia demorar até 90 dias. “Agora estamos no período que que há bastante tráfego de carretas. As próximas duas semanas vai sair mais da metade da safra de pêssego de Pinto Bandeira”, aponta.
De acordo com informações do Daer, no momento o estado está sem fornecimento de material asfáltico, o que impede o prosseguimento das ações de conserva. Em nota, o órgão ainda informa que com equipes próprias está realizando ações de manutenção asfáltica nos pontos mais críticos. Novas ações só serão programadas após normalização do abastecimento.

Relembre o caso

Desde 2017, as obras da VRS 855 já foram adiadas pelo menos quatro vezes. Em duas ocasiões neste ano, o Daer havia informado que os reparos deveriam acontecer em breve. Em uma delas, um engenheiro do órgão admitiu que a estrada não poderia permanecer do estado em que está por muito tempo, em virtude da gravidade dos buracos.
Em setembro, Ferrari demonstrava preocupação com a possibilidade do reparo não estar concluído até a safra de pêssego, que já começou. “É difícil ficar correndo atrás e não ter posição nenhuma, parece que temos que implorar”, lamentou.