A reclamação é antiga e as promessas de resolução também. É só andar pela rua Santos Dumont, no bairro São Vendelino, para ver de um lado casas com jardins aparados e calçada em toda sua extensão. Do outro, vegetação que cresce de forma desordenada e proliferação de animais peçonhentos, ratos e mosquitos. Segundo os moradores, há cerca de quatro anos que essa situação se perpetua. Atrás do mato, há o aeroclube, mas os habitantes do bairro só ouvem o barulho dos aviões, pois a vegetação impede a visualização das aeronaves.

“Aqui tem cobra. Quando as crianças voltam da escola, encontram esses bichos no caminho”, relata Diana Roman Ros. Aranhas, ratos também saem do mato e invadem a casa das pessoas. Recentemente a prefeitura trocou a cerca que marca os limites do terreno, mas os moradores reclamam, pois além de não fazer a limpeza do espaço, eles também não têm acesso para resolver a situação. O matagal ainda impede que as casas recebam iluminação do sol da manhã, conforme o relato de Luiz Invernizzi, que vive há mais de quatro décadas no São Vendelino.

Além disso, os moradores relatam que no local há lixo, que foi jogado há anos, inclusive pneus velhos, o que pode ser foco de proliferação de mosquitos. “Ano que vem, em setembro, outubro, eles vêm limpar. Na véspera das últimas eleições municipais, teve vereador que veio sábado de manhã roçar para ganhar votos. Depois disso, nada mais foi feito”, critica Invernizzi. Ele ainda diz que o bairro está esquecido pelo poder público. Além disso, os habitantes do local reclamam da falta de calçada ao longo do terreno.

“Nós recebemos uma intimação que, em 90 dias, tinha que ter calçada na frente de casa. Eu não tinha dinheiro, tive que fazer em retalhos. Mas ali não precisa”, declara Gilda Marcolin. Outros moradores reclamam que não tem calçada em todo trajeto que as crianças fazem para chegar à escola, obrigando os pequenos, em muitos pontos, andarem na rua. Situação que se perpetua na saída do bairro, até a chegada no posto de gasolina.

Os moradores já realizaram diversas reclamações para o Fala Cidadão, mas não tiveram nenhum retorno. Em janeiro, o Semanário, foi até o local e relatou a situação do bairro. À época, a prefeitura disse que a limpeza do bairro estava agendada, mas nada aconteceu. Entramos em contato novamente pedindo esclarecimento e a reposta foi a mesma. Servidores fizeram uma visita ao bairro na terça, 30, mesmo dia que a equipe esteve conversando com os moradores. Mas ficou a promessa de que a roçada deve ser feita conforme o cumprimento do cronograma. Os habitantes fazem um apelo ao executivo: “se não querem limpar, pelo menos nos deixem ter acesso, que fazemos um mutirão e resolvemos”.

Moradores enfrentam alagamentos

Outro problema enfrentado é alagamento, pois a rua não conta com bocas de lobo, e a chuva que desce do matagal vai direto para as casas. Segundo os moradores, parece uma cachoeira. Gilda Marcolin teve até prejuízos. Como mora em um declive, a água invadiu seu terreno e derrubou o muro. O problema começou depois que foi feito o asfalto na entrada do bairro, próximo a Escola Tancredo Neves. Ela não foi a única. Cleto Alessi, que reside no bairro, ergue a mão a cerca de um metro de chão e diz: “na casa do meu filho, ficou alto assim de água”.

Fotos: Elisa Kemmer