Segundo liderança do Ibravin, encontro tratou de possível supersafra e desobrigatoriedade de EGF para comercialização

A reunião da Câmara Setorial do Vinho, que ocorreu em Bento Gonçalves na sexta-feira, 22, teve como principais pontos de discussão a desobrigação dos bancos de financiar a comercialização da uva com subsídios públicos e uma possível supersafra de uva para 2018. A avaliação que predominou no debate foi a de que se não houver financiamento, não terá como garantir o preço mínimo a partir do ano que vem.

Também esteve presente no evento o técnico responsável pelo setor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que de acordo com lideranças, entendeu a urgência da demanda do setor. No próximo encontro, marcado para o dia 17 de outubro, deve ter a presença de representantes do Ministério da Agricultura.

Além disso, debateu-se a possibilidade de uma supersafra para 2018, problema que pode ser agravado com a ausência de financiamento do Governo Federal. Lideranças apontam que é necessário um programa de escoamento de produção.

Buscando soluções

De acordo com o secretário de relações institucionais do Instituto brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, a visita recente à Brasília demonstrou que a regra mudou. “Há uma escassez de recursos federais. O governo retirou o volume de recursos com juros controlados e deixou somente as letras de crédito agrícola”, explica. Segundo ele, isso inviabiliza a principal política de manutenção do preço mínimo.

Para Paviani, a perspectiva do governo era de que o mercado comercializaria crédito com o valor anterior, quando havia subsídio, mas na prática não é isso que está acontecendo. “Os créditos agrícolas subiram de 7% para 14%, eles dobraram” analisa.

Ele comenta que o assunto não está resolvido e que a reunião do dia 17 será para acertar o crédito. “Conversamos com o técnico da Conab, e pretendemos conversar com a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Nós temos que ter presença permanente em Brasília para buscar as mesmas condições que tivemos até agora”, comenta. Paviani ainda avalia que a taxa Selic está baixando, o que possibilita um juro mais baixo.