O decreto presidencial que autorizou o reajuste no preço dos combustíveis pegou os motoristas de surpresa. O anúncio, divulgado na última sexta-feira, 21, autorizou o aumento de até R$ 0,41 centavos no litro da gasolina. Em nota, os ministérios da Fazenda e do Planejamento informaram que o aumento ocorreu devido a elevação da alíquota de PIS e Cofins. Em Bento Gonçalves, os valores variam de R$ 3,94 a R$ 3,99 para o tipo Comum e R$ 3,99 a R$ 4,24 para Aditivada. Quem precisa abastecer, reclama da constante alta nos preços. Os condutores relatam que o preço subiu muito em todos os postos da cidade.

O empresário Douglas Uilian Quadros da Silva, 25, indaga que não entende o motivo do reajuste. “O preço dos combustíveis está caro, ainda mais pelo fato do Brasil ser um país praticamente autossuficiente em petróleo. Mesmo com essa alta nos preços, eu continuo utilizando meu veículo como fazia anteriormente, pois preciso deslocar-me até o trabalho”, explica. Em virtude do aumento, Quadros começou a pesquisar os preços para encontrar os melhores lugares para abastecer, sem esquecer a procedência do produto. “Prezo muito pela qualidade, pois há postos com gasolina ruim”, afirma.

A doceira Marisa Manfroi diz que ainda não abasteceu com o novo valor, mas considera um abuso por parte do governo. “É um absurdo. A quipe econômica erra e a gente é quem paga a conta. O jeito é ir abastecendo aos poucos até tentar achar o mais barato. A gente coloca R$ 30 aqui, R$ 50 ali e vai indo”, desabafa.

E a reclamação não parte apenas dos consumidores. Os proprietários dos postos de combustíveis também criticam a posição do governo, em relação ao aumento. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, de Empresas de Garagem, Estacionamento, de Limpeza e Conservação de Veículos e Lojas de Conveniência de Caxias do Sul e Região – Sindipetro Serra Gaúcha, Luiz Henrique Martiningui, a sociedade não pode ser condenada a pagar por mais uma conta do governo. Ele acredita que a alta no preço dos combustíveis deve retrair ainda mais a economia.

Martiningui diz que a diferença já pode ser notada na redução do movimento. “Sou proprietário de um posto de combustível e já posso notar a redução de clientes que chegam para abastecer. É uma situação bastante crítica, fora do contexto econômico do Brasil. O aumento de impostos só vai afetar a situação. Infelizmente, nós, revendedores, precisamos cobrir os nossos custos e, consequentemente, esse valor vai cair na conta do consumidor”, enfatiza.

Consumidor deve ficar atento

Dos 24 postos de combustíveis pesquisados, o valor médio da gasolina comum chega aos R$ 3,99. Já para o produto aditivado, a média fica em R$ 4,06. Conforme o assessor de Políticas Públicas do Consumidor do Procon de Bento Gonçalves, Maciel Giovanella, até o momento, não houve nenhum registro de reclamação sobre aumentos considerados abusivos. No entanto, Giovanella orienta o consumidor ficar atento aos preços colocados nas bombas. “O aumento não pode ultrapassar os R$ 0,41 centavos desde o último reajuste. Para isso, é importante que as pessoas tenham guardados os últimos cupons fiscais de compras anteriores ao recente aumento”, orienta. Além disso, O Órgão encaminhou uma notificação aos estabelecimentos comerciais para que apresentem mais informações sobre a compra e venda dos combustíveis.

A tabela com os preços você encontra na edição impressa do Jornal Semanário.