Ausência de sol e baixa nebulosidade podem aumentar o nível de radiação ultravioleta, ocasionando doenças na pele. Foto: Reprodução

Nem com as baixas temperaturas, onde a preocupação é se proteger do frio, deve-se esquecer da radiação solar. Pelo menos é o que afirmam especialistas na área de dermatologia. É justamente nesse período que os Raios Ultravioletas (RUV), podem ser ainda mais perigosos. Ausência de sol e baixa nebulosidade também podem provocar o aumento do índice de RUV. Com menos nuvens para proteger, os raios chegam com mais intensidade à superfície. Medidas como o uso de filtro solar, hidratantes e ingestão de água são exemplos de cuidados para esta época do ano.

Segundo a dermatologista Flavia Casagrande, mesmo no período de inverno e com a chegada da primavera, onde aparentemente há diminuição da incidência dos raios, os RUV permanecem ativos e, por isso, é preciso proteger-se do sol, independente de época “Os níveis de radiação ultravioleta que alcançam a superfície da terra podem variar dependendo de diversos fatores. A camada de ozônio, a altitude, a hora do dia, a superfície do solo (a água , a areia e a neve aumentam a irradiação solar, através da reflexão dos raios , em 5%, 25% e 85%, respectivamente), a nebulosidade, a localização geográfica e a estação do ano são fatores que podem elevar a incidência de radiação solar”, afirma. A médica salienta que, embora no inverno, a intensidade dos RUV sejam menores, se comparado ao verão, “somos expostos quase da mesma maneira aos efeitos e senão nos protegermos, corremos o risco de uma exposição excessiva e, consequentemente, afetando a nossa saúde”, explica.

Conforme dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD, anualmente, são registrados cerca de 180 mil novos casos de câncer de pele no país. Segundo Flavia, com a diminuição da concentração relativa de ozônio, há perda gradativa do escudo protetor do planeta contra a radiação solar e, consequente aumento da intensidade da radiação que atinge a superfície terrestre. “Calcula-se um aumento de 300 mil casos novos de cânceres de pele para cada 10% de diminuição deste escudo. As maiores taxas de não melanoma e melanoma encontram-se na região Sul do Brasil”, pontua.

Cuidados básicos

Segundo Flavia, proteção ao sol deve ser permanente. Foto: Reprodução

Segundo a especialista, além dos cuidados comuns como evitar a exposição ao sol, mesmo nas estações de inverno e primavera, em determinados horários, o uso de protetor solar é uma alternativa. “Devemos manter os cuidados com o sol em todas as épocas do ano. Exposição de 15 minutos diários é o suficiente para os efeitos benéficos da conversão da pro-vitamina D em vitamina D ativa. O filtro solar deve ser mantido e reaplicado a cada duas horas. Evitar exposição excessiva ao sol nos horários de pico (entre 10h e 16h). O uso de chapéus, bonés, óculos escuros com fator de proteção ultravioleta também são importantes nesta época do ano. Prevenção sempre é o melhor caminho”, afirma.