Um elo para facilitar a vida de quem não nasceu aqui, mas que por percalços da vida, precisou buscar refúgio na Serra Gaúcha. É assim que Jonel Pierre, de 40 anos, residente em Bento Gonçalves há oito anos, passará a realizar a interlocução entre o Poder Público e cerca de mil imigrantes que residem na cidade.

Durante um encontro na manhã de sábado, 3 de agosto, Pierre conversou com o prefeito municipal, Guilherme Pasin e o secretário de Saúde, Diogo Segabinazzi Siqueira, para apresentar a ideia e conhecer a realidade da comunidade haitiana em Bento.

De acordo com o município, cerca de 700 pessoas já estão inscritas no Cadastro Único do Governo Federal, no entanto, a maior dificuldade encontrada pelos moradores e funcionários dos serviços públicos, em especial, na área da saúde, onde a comunicação, em muitos casos, se torna um empecilho para sanar os problemas das famílias que buscam o Poder Público. Para Siqueira, a comunicação é uma das dificuldades encontradas no atendimento aos imigrantes haitianos. “Ter alguém que tenha essa interlocução é importante para que possamos atender ainda melhor estas pessoas. Por isso, ele vai atuar nos núcleos onde registramos a maior concentração deste grupo. Se nascer uma criança em nossa cidade, o Pierre será responsável por passar as orientações para esta família”, disse.

O trabalho, considerado pioneiro na região, visa oferecer às famílias a possibilidade de facilitar o dia a dia. “É um dia lindo para mim. A minha missão em Bento é fazer um acompanhamento com a comunidade haitiana, ajudando a traduzir o português para o crioulo, apresentando os serviços de saúde, assistência e educação. Será um trabalho para facilitar a vida das pessoas. Por isso é um grande dia”, comemora Pierre.

Para o Prefeito Guilherme Pasin a missão é ainda maior. “Estamos dando hoje um grande passo. O trabalho do Pierre junto ao poder público será muito mais do que tradução, que será feita junto a assistência social, os serviços de saúde e educação, mas principalmente será fazer a ponte inversa, pois, irá passar para o nosso sistema de humanização e atendimento o caráter cultural deste povo. Pois, cultura não se muda, se respeita”, destaca.

Fonte: Redação e Ascom Prefeitura
Foto: Emanuele Nicola