Alagamentos e principalmente deslizamentos de terra, são comuns no inverno e exigem atenção da população

O inverno além de ser uma estação com baixas temperaturas e de alta umidade também costuma ter em muitos casos, índice elevado de chuva. Essa incidência pode chegar de forma branda, gradual ou então, concentrada e, é justamente nesses dois casos que os problemas costumam aparecer em grande escala em algumas regiões em Bento Gonçalves, deixando em alerta constante os órgãos responsáveis, principalmente Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros.

Os problemas mais vistos e comuns no munícipio são alagamentos procedidos de algumas enxurradas e queda de barreiras. O primeiro caso ocorre independente do período do ano, fruto do descaso de algumas pessoas com o descarte correto dos lixos, conforme relata o Coordenador da Defesa Civil, Thiago Israel Fabris. “As pessoas jogam o lixo doméstico ou corte de árvores no meio na rua ou em locais incorretos. Isso faz com que as bocas de lobo facilmente fiquem entupidas e quando temos uma quantidade elevada de chuva se inicia uma série de transtornos”, diz.

Thiago afirma que a cidade tem pontos espalhados e não localizados em apenas uma região. “Não temos zonas mais críticas em Bento Gonçalves e sim, casos mais isolados desde as áreas mais afastadas como na região do Municipal, Conceição, Eucaliptos, Botafogo, Santo Antão, Santa Marta, Vila Nova 1 e até mesmo no Centro, por exemplo. Há pouco tempo atrás, teve casas na Rua 13 de maio que já se perdeu tudo devido aos alagamentos”, explica.

Outro ponto levantado pelo Coordenador da Defesa Civil está nas construções. “A construção irregular e com alguns loteamentos novos, fazem uma interligação de rede nova com a antiga, que muitas vezes não tem a capacidade de evacuação e acaba estourando”, fala.

A chuva em boa escala somada a alta umidade do inverno, também resulta no aumento do perigo de desmoronamentos e deslizamentos de terra. “Esse é um dos nossos principais problemas que temos que enfrentar, porque o solo absorve bastante água e com a umidade alta, demora mais tempo para secar, não dá tempo do solo se consolidar, então, ocorrem essas situações de desmoronamentos”, diz.

O capitão do Corpo de Bombeiros, Márcio Batista, também comenta sobre o assunto. “As áreas verdes que não seriam locais adequados para essas habitações, acabam tendo construções, assim como nas periferias. Esse é um cenário muito propício para deslizamentos, queda de muros e pode gerar enormes perigos para a vida das pessoas “, afirma.

O trabalho da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros é destacado pelo capitão Batista. “Os dois órgãos são parceiros e estão prontos para ajudar a população em todos os casos. A Defesa Civil, na prevenção, monitoramento e da parte recuperativa, e nós, no auxílio e atendimento a população quando ocorre esses problemas, entregando materiais e prestando socorro quando há necessidade. São relações fortalecidas que beneficiam todos”, ressalta.

Chuva concentrada marca o período

Segundo os dados disponíveis no site da Embrapa para Bento Gonçalves, no ano passado, os índices de precipitação pluviométrica entre junho e setembro, período de inverno, tiveram no primeiro mês volume maior do que o esperado, em torno de 150mm. Nos outros meses, ultrapassaram os 100mm, exceto em julho, com média de abaixo dos 50mm. E mesmo assim causaram problemas.

Para esse ano, o inverno deve ser mais seco. A projeção esperada é menor de 150mm para cada mês. Mesmo com números considerados baixos, mais uma vez as chuvas devem ser concentradas, o que deixa em alerta os órgãos responsáveis, principalmente se vierem com ventos fortes, aumentando o volume de estragos.