ONDE IRÁ O DINHEIRO?
Pelo que se constata, pouco importa para os “homens de decisão” no Brasil se uma estatal é ou não rentável. Aliás, se é rentável, logo pensam em privatizar. Seria o caso do Banrisul (já tendo passado nos pilas pela Yeda, em quase metade) e da Sulgás, agora? A CEEE foi vendida na “privataria britista” apenas parcialmente, ficando boa parte em “poder do povo”, pois era necessário assumir TODO o passivo (bilionário?) da empresa, já que a “venda” foi apenas das faturas para cobrança e do patrimônio. Mas, alguém sabe onde foi parar o dinheiro da CRT e da CEEE e dos 49% do Banrisul?

ALGUÉM SABE?
Como o pedagiamento é uma caixa preta para o povo brasileiro (alguém já viu alguma prestação de contas de concessionários de pedágios?), preocupa a muitas pessoas que gostam de saber onde é colocado o dinheiro público. Temos quatorze praças de pedágios controlados pela estatal Empresa Gaúcha de Rodovias – EGR. Fiquei pensando em qual o destino dado a essa arrecadação toda. Obviamente, o objetivo dos pedágios comunitários não deve ser a obtenção de LUCRO, mas de RECEITA para custear a manutenção das rodovias, TODAS, do Rio Grande do Sul. Saber do destino desse dinheiro é um DIREITO da população. Ou não?

É SURPREENDENTE ISSO!
Estamos passando pelo pior momento no que se trata da precariedade das rodovias do Estado. As principais, RS-446, RS-122 e 453 simbolizam bem o descaso do governo do Estado e do DAER que, num desrespeito inigualável, se omitem e colocam em risco não só o patrimônio (os veículos), como também a vida dos usuários. Será que toda a arrecadação da praça de pedágio de Portão é investida na RS-122? Obviamente, não, já que o que se vê é uma manutenção “meia-boca”, com pontos de irregularidades na pista e sinalização precária. Por que, então, não usam parte desse dinheiro para manter os trechos “carroçáveis”? Enfiam tudo no “caixa único”?

O QUE VIRÁ, AGORA?
Uma nova leva de privatarias está agendada, com o aval da assembleia legislativa. Estatais e rodovias serão entregues à iniciativa privada, sob o aplauso daqueles que entendem que “é melhor dar de presente”, isentando os governantes, que arrecadam bilhões com impostos gerados pelos proprietários de veículos, sem questionar, em momento algum sobre o DESTINO DO QUE PAGAM de impostos. Afirmam, categoricamente, que o governo deve cuidar é da saúde, educação e segurança. Está cuidando? Cuidou alguma vez? Quem está satisfeito com esse trio de “obrigações básicas” das prefeituras, estados e da União? O que virá, agora? Certamente, mais saques no bolso dos contribuintes, agora para os de apaniguados concessionários ou “compradores”.

A CARGA TRIBUTÁRIA
Houve um tempo, não muito remoto, em que a carga tributária brasileira era de algo em torno de 22% do Produto Interno Bruto. Nesse tempo, sequer se cogitava vender estatais ou cobrar pedágios. Mas, eis que veio o lixo chamado Constituição de 1988 e, com ela, a permissão para que a União, Estados e municípios aumentassem, inventassem e cobrassem mais e mais impostos, taxas e outras coisas mais dos brasileiros. Para quê? Logo se descobriu. Era para custear uma paquidérmica máquina pública que servia para trabalhar pela eleição e reeleição de políticos. A partir do absurdo da ascensão ao poder por Sarney, foi um festival de “trenzinhos da alegria” para os três poderes do Brasil.

E O QUE MUDOU?
Pois bem, com elevação da carga tributária para 36%; com a venda (por assim dizer) de estatais; com pedagiamentos; com invenção de parcerias público-privadas, com tudo isso somado, o que mudou? Melhoraram a saúde, educação e segurança? Mas, o patrimônio público diminuiu em TRILHÕES DE REAIS. Quem se beneficiou disso? Fácil de responder, não? Mas, ainda restam rodovias para entregar, estatais rentáveis para vender e, claro, mais impostos para serem aumentados.

PAGAMOS POR TUDO
E tudo isso com a massificação das mentiras, repetidas, insistidas e divulgadas pela imprensa (paga?), fazendo a cabeça de muitos brasileiros que apoiam a ideia sem, ao menos, PENSAR sobre o assunto. Vai mudar alguma coisa agora? Até os pardais de Praça Dr. Tacchini sabem que não! Vejam que milhões de brasileiros são forçados a pagar saúde, educação e segurança, contratando serviços PRIVADOS. Sobrará o quê para os poderes públicos que administram carga tributária? Essa também é fácil de saber, bastando, apenas INFORMAR-SE MELHOR, pesquisando em fontes seguras, não as pagas.

ÚLTIMAS

Primeira: Governo fará recálculo do IPVA. Hein? Será que os que pagam fortunas serão reembolsados e os que não pagam ou pagam menos serão cobrados?

Segunda: Estão “aplicando” nas micros e pequenas empresas o “Imposto de Fronteira”, para mim e muitos totalmente inconstitucional. Não satisfeito o governo quer “recalcular a Substituição Tributária”, outro imposto que entendo inconstitucional, também cobrado das micros e pequenas;

Terceira: Legislação federal criou o “Simples”, imposto que engloba todos os tributos federais, estaduais e municipais. Mas, no Estado, essas empresas, que respondem por mais de 55% dos empregos (SEBRAE), são o alvo favorito dos governos;

Quarta: Bolsonaro afirma que “o problema do Brasil são os políticos”. Pressionado, disse que “me incluo nisso”. Cansei de escrever isso na coluna, mas com exceções. Ele generalizou;

Quinta: Nos ditos e desmentidos (que são uma constante neste governo), Bolsonaro diz que quer “acabar com pardais e radares móveis”. Quanto virá o “desmentido” ou “foi mal interpretado”?

Sexta: Mas, relevantes (?) condecorações que Bolsonaro concedeu a seus filhos Flávio e Eduardo não serão desmentidas;

Sétima: Aliás, minimizar o que eram honrarias tornou-se praxe. A Assembleia Legislativa do RS também “homenageou” um Bolsonaro que, certamente, até pouco tempo era um desconhecido de 99% da população gaúcha;

Oitava: Continuo pesquisando a carga tributária que os municípios tiveram com a Constituição lixo de 1988. Breve falarei sobre isso;

Nona: MISSÃO PRINCIPAL CUMPRIDA, ESPORTIVO! Agora é uma nova era. Parabéns a todos pela conquista do acesso à divisão especial.