A partir do momento em que se iniciou o comércio de vinho, surgiu a figura também expressiva da nossa vitivinicultura colonial e do tanoeiro que contruia os barris.

As tanoarias se multiplicaram, vindo até mesmo alguns imigrantes portugueses, que foram os mais hábeis tanoeiros da região. A construção de barris é uma arte extremamente difícil e árdua. O tanoeiro é um tipo muito forte, pois além de talento e arte, se lhe exige muito esforço físico, enfrentando variações de temperatura, uma que ele lida com fogo e pesadas ferramentas. Apesar disso, é um tipo muito alegre, mesclando o trabalho árduo com alegres canções, que o tornam um elemento muito folclórico. As unidades de medida dos barris de madeira utilizados na época eram as seguintes: cartola, 400 litros; bordaleza, 200 litros; quarto, 100 litros; quinto, 80 litros; décimo, 40 litros; vigésimo, 20 litros.

No ano de 1900, vendia-se para fora do estado cerca de 1800 hectalitros de vinho.
Pierucini já havia viajado pelo centro-sul do Brasil. Em 1898, empreendeu o que pode ser considerada a primeira grande expedição de comercialização e transporte de vinho gaúcho em direção aos mercados do centro do país, quando conduziu um carregamento de vinho, em lombo de burros, até São Simão, interior de São Paulo, conseguindo vender todo o lote. Abramo Eberle, dois anos depois, arriscou-se a chegar com o primeiro carregamento de vinho até a capital paulista, após jornadas dolorosas no seu percurso, também conseguiu vender todo o lote.

Dessa forma iniciou-se uma nova forma no progresso da Colônia Italiana, permitindo assim um novo impulso na expansão da produção vitivinicola. Pode-se dizer que a partir de 1900 e 1910, iniciou o surgimento do transporte em carretas entre as regiões de consumo da época. Até ali, todo o transporte era feito em lombo de animais.

Em 1888 estava em trânsito a ligação São Sebastião do Caí – Caxias do Sul e em construção, Montenegro Conde D’Eu (Garibaldi). Em 1902 concluiu-se Caxias-Vacaria, passando por Antonio Prado. Em 1903, concluiu-se a estrada Borges de Medeiros, que liga Guaporé a Muçum. Em 1904, a estrada Roca Sales. Em 1908 a importante Buarque de Macedo, que une Montenegro a Lagoa Vermelha, passando por Garibaldi, Bento Gonçalves, Alfredo Chaves (hoje Veranópolis) e Nova Prata. Nessa época é aberta a Júlio de Castilhos, que de São Sebastião do Caí passa por Nova Vicenza (hoje Farroupilha), Antonio Prado e segue Vacaria. Em 1911, termina as obras das estradas de Monte Belo, Garibaldi, São Marcos a Nova Trento (hoje Flores da Cunha).

Além dessas, muitos quilômetros de estradas municipais eram abertas em toda a região. Em poucos anos a nossa região tornou-se um grande cartão postal de vinhedos. Assim transformando a nossa paisagem, sendo necessário um transporte mais hábil e eficiente. Eis que em 1919, chega o tão esperado trem. Com a vinda da ferrovia, o progresso se amplia e dá nova vida para o desenvolvimento da nossa região.

“APLAUSOS PARA QUEM MERECE”!