Dados apontam redução no número de pessoas que não possuem um lar

A Secretaria Municipal de Habitação e Assistência Social (Semhas) divulgou um levantamento que aponta a redução de aproximadamente 62% o número de pessoas em situação de rua no ano de 2017. Das 80 pessoas cadastradas no sistema da pasta, mais da metade conseguiu ganhar um lar ou voltar para o seio da família em outra cidade. Em comparação aos últimos anos, o número oscilou positivamente. De acordo com a equipe do município, a abordagem social e os encaminhamentos são considerados os principais fatores para a queda nos números.

Conforme a secretária-adjunta da Semhas, Milena Bassani, o trabalho de identificação das pessoas em situação de rua é feito através do Centro de Referencia Especializado de Assistência Social (Creas), responsável pela oferta de serviços de orientação e apoio especializados e continuados a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal ou social, por violação de direitos.Em 2017, uma equipe composta por assistente social e um educador social realizaram as abordagens, possibilitando mapear de onde essas pessoas vieram, onde estão ficando e o que poderia ser feito para solucionar ou minimizar o problema. “Após ser feita a triagem inicial, é identificada sua situação e são realizados os encaminhamentos”, explica.

Redução nos números

De acordo com Milena, o número de moradores reduziu, se comparado entre os anos de 2016 e 2017. Segundo ela, após diversos relatos de usuários do serviço de abordagem e acolhimento, um dos fatores que levam às pessoas a essa situação, está voltado ao pensamento de que a oferta de trabalho em Bento Gonçalves é maior do que em outros lugares e, consequentemente, a facilidade em encontrar moradia também. No entanto, a secretária enfatiza de que o problema da crise econômica dos últimos anos também chegou à cidade. “Bento Gonçalves é vista como uma cidade que dispõe de muitas vagas de trabalho e isso acaba atraindo pessoas, porém, às vezes determinadas áreas onde existe a demanda de trabalho, há grande exigência de qualificação e experiência, o que faz com que as pessoas não consigam emprego e não disponibilizem de recursos financeiros para retornarem para suas cidades”, explica.

Mais de 590 atendimentos em 2017

Em 2017, foram cerca de 595 registros, distribuídos entre abordagens e atendimentos. Destes, 35 casos foram solucionados através do cadastramento das pessoas em programas sociais do Governo Federal, entre eles, o Bolsa Família, onde, segundo Milena, as pessoas beneficiadas conseguem, mesmo que em grupos, alugar cômodos e, com isso, saem da situação de rua. Outros 36 casos foram auxiliados com o benefício da passagem para que as pessoas pudessem retornar a suas cidades de origem.

Cobertura alcança 100%

Conforme ela, atualmente, a cobertura chega aos 100% na identificação dos moradores em situação de rua. Em levantamento realizado em dezembro de 2017, ainda estavam vagando pela cidade 30 pessoas, que, segundo Milena, a maioria permanece nessa situação devido a problemas relacionados ao álcool, drogas, doenças mentais e principalmente, como eles mesmo referem “o gosto pela liberdade”, afirma.

Segundo Milena, o constante apoio especializado e contínuo da equipe que é composta por psicólogos, assistentes sociais, educador social, advogado, o trabalho consegue alcançar os objetivos traçados pela Semhas. “É um trabalho de extrema importância para o resgate da dignidade humana e a inclusão social dessas pessoas em situação de rua a sociedade”, garante.