Uma empresa para cada 10 habitantes é o sonho de muitas cidades. Bento Gonçalves é uma dessas cidades que, além de esbanjar empreendedorismo, também se destaca pela sua diversidade de oportunidades. Prova disso é uma economia apoiada em diversos setores da indústria, comércio e serviços, com destaque para os móveis, metalurgia e vinho. Com uma população estimada em 112.318 habitantes e 10.227 empresas, ou seja, uma empresa para cada quase 10 habitantes, o município possui o 14º Produto Interno Bruto (PIB) do estado – R$ 3,33 bi-, apesar de ter a 18ª população. Esses e outros dados foram apresentados pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC/BG) durante o lançamento da 43ª Revista Panorama Socioeconômico de Bento Gonçalves 2014 com dados de 2013, realizado na noite de quinta-feira, 20 de novembro, no Salão Nobre da Prefeitura.

A pesquisa, recheada de gráficos, tabelas e análises, traz, em 210 páginas, dados relevantes, especialmente, para quem empreende. O estudo mostra que a economia da cidade, considerando o faturamento bruto das empresas, cresceu 9,8% em relação a 2012. O destaque ficou com o comércio com um crescimento de 11,4%, colado por serviços com 11,3%. A indústria foi quem menos cresceu, com 9%. Por outro lado, o crescimento real foi de 2,1%, ficando abaixo do crescimento do PIB brasileiro no mesmo período, que foi de 2,3% e do gaúcho, de 5,8%, ambos impulsionados pelo agronegócio.

No comércio o incremento real foi de 3,3%, com 20% das vendas, e nos serviços de 3,3%, com uma representatividade de 14%. Analisando o espaço entre 2009 e 2013, constata-se, por outro lado, que a média de crescimento real do município foi de 2,9%, muito próximo do registrado no Brasil (2,6%) e no estado (3%).Já o faturamento bruto, ou seja, a geração de receitas, foi de R$ 8,6 bi, representando um crescimento de 9,8% em relação a 2012. O destaque ficou com o comércio com um crescimento de 11,4%, colado por serviços com 11,3%. A indústria foi quem menos cresceu com 9%.

A parcela da população economicamente ativa e ocupada (15 anos ou mais) aumentou, passando de 70% para 73% da população, o que demonstra o aumento da geração de empregos no período. Os 43.053 empregos formais em 2012 pularam para 45.079 no ano passado, um crescimento de 4,6%. A indústria da transformação representa 45% dos empregos da cidade e os serviços 34%. Apesar de ser o menor empregador (16%), o comércio foi o segmento que mais cresceu na geração de novas vagas com um aumento de 7,7%. Mas foi a construção civil que chamou a atenção neste quesito, com um incremento de 19% na geração de empregos.

Outro dado que chama a atenção foi o crescimento nominal de 19,8% da indústria vinícola tendo como critério o Valor Adicionado Fiscal (VAF), que é a diferença entre o valor das saídas e das entradas de mercadorias e dos serviços de transporte e de comunicação. O setor moveleiro, mais representativo na indústria, cresceu apenas 3%. No comércio o destaque ficou com os supermercados com 20,2% e nos serviços com os estabelecimentos bancários, também com 20,2%. O Índice de Participação dos Municípios mostra que Bento Gonçalves é o oitavo município que mais arrecada no estado. No ano anterior Bento ocupava o 10º lugar.

A pesquisa mostra que o saldo de empregos formais gerados em 2013 chegou a 1,9 mil, com destaque para serviços com 612 vagas e a indústria de transformação com 515. O total de empregos formais foi de 44.500. Em 2012, eram 43.053 empregos formais na cidade, 40,2% da população do município e 70% da população economicamente ativa.

O presidente do CIC/BG, Leonardo Giordani, destaca a relevância da publicação como ferramenta de apoio para gestores públicos e privados. “Com esta pesquisa temos condições de analisar melhor o mercado e a partir daí tomar decisões mais assertivas”, garante. Para o diretor de Comunicação e Marketing da entidade, Ricardo Da Campo, que coordenou os trabalhos da comissão, as mudanças aplicadas na edição permitiram ampliar a abrangência. “A revista traz dados oficiais que traduzem a realidade econômica da cidade e região. O diagnóstico é altamente preciso e verídico”, afirma.

Novas fontes, maior abrangência

Os dados que alimentaram a pesquisa foram 100% extraídos de órgãos oficiais, ao contrário de edições anteriores, que dependiam do fornecimento de informações das empresas. Desta vez, os dados socioeconômicos foram buscados junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS/CAGED), Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Receita Federal, Secretaria Municipal de Finanças, além de associações e entidades patronais ligadas aos setores econômicos do município.

Outra inovação é a inclusão de uma seção exclusiva de sistemas de capitais, no qual o município não é avaliado somente nos ativos oriundos do capital econômico e financeiro, mas também dos relacionados a outras perspectivas, como por exemplo, o capital humano, o capital cultural e o capital de inteligência, um conceito que foi desenvolvido pelo professor mexicano Javier Carrillo, do Instituto Tecnológico de Monterrey. Com metodologia científica, a pesquisa foi desenvolvida pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), responsável pela análise e interpretação dos dados num trabalho conduzido pelo coordenador do curso de Comércio Internacional, professor Dr. Fabiano Larentis, também diretor de Gestão e Inovação do CIC/BG, além das professoras Monica Mattia e Simone Taffarel Ferreira.

A revista está disponível em dois idiomas – português e inglês -, com uma tiragem de mil exemplares, que serão distribuídos a todas as empresas associadas, entidades, órgãos públicos, bibliotecas e imprensa. A Revista Panorama Socioeconômico de Bento Gonçalves tem a coordenação do diretor da Área de Comunicação e Marketing do CIC/BG, Ricardo Da Campo, e a comissão organizadora formada pelo presidente do CIC/BG, Leonardo Giordani, Caroline Moras Basso, Diego Bertolini, Fabiano Larentis, Juliano Massoco, LaudirPiccoli e Lucinara Masiero.