Estamos na era do smartphont, do fast-food, dos relacionamentos rápidos e do adiamento da felicidade. De fato, isso não é uma novidade, mas indicadores apontam que esteja indo longe demais. Estamos vivendo a absurda extremidade dos conceitos de vida que estipulamos.
Algumas pessoas são ou ficaram muito orgulhosas e deixam passar oportunidades que nunca mais voltarão. Se isso fará bem para ela? Provavelmente ela irá descobrir sozinha, mais cedo ou mais tarde. Outras dedicam sua vida exclusivamente ao trabalho e ao estudo, não dando chance de vivenciar ou experimentar coisas novas, inclusiva desfrutando da companhia de pessoas de gostam. Muitas vezes nem é por falta de tempo, é porque elas acham que socializar irá atrapalhar o foco dos seus objetivos. Outras, ainda, nunca se dedicam a nada, achando que nenhum esforço valerá a pena: não estudam, não são exemplos no trabalho e não têm o costume de persistir em quase nada.
Posso dizer que concordo com essas pessoas, em parte. Seria injusto se dissesse que nunca precisei desmarcar com os amigos para estudar ou trabalhar. Ou que fiquei no ócio e deixei passar o prazo daquele trabalho importante. Porém, nunca deixei que essas situações se estendessem mais do que deveriam. Você pode dar um tempo para si depois da faculdade, desfrutar de um momento de lazer com os amigos, deixar aquele trabalho para fazer de última hora. Ou então dedicar um tempo para fazer um curso, aquela especialização que você sempre quis, com a consciência de que você irá dedicar boa parte do seu tempo a isso. O importante é saber que sair da rotina e tentar desfrutar ao máximo a sua vida deve ser uma prática constante. É incrível a sensação do dever cumprido depois de um longo período trabalhando e estudando arduamente.
De que adianta passar uma vida trabalhando, juntando dinheiro, se talvez lá no final é possível que gaste tudo cuidando da saúde física e mental? De que adianta viver uma vida “tranquila”, sendo que você nunca explorou seus limites e nunca tentou nada diferente? Às vezes deixamos passar oportunidades, pessoas e momentos que não voltam e nem podem ser comprados.
Não seria possível e bem mais dinâmico, se uma vez na vida você relaxasse e tentasse aquilo que tanto quer, mesmo sabendo que pode dar errado? Não seria ótimo se você descobrisse que é muito mais forte do que acha que é, entrar de cabeça em algo, se dedicar e se for preciso, abdicar de alguns momentos de lazer? Parece que todos estão programados para viver desse jeito e que sabem que esse é o seu destino. Mas e se não é esse o seu destino e você está indo contra ele? Se ele (o destino) existe ou não, não cabe aqui o devaneio, mas é a gente que busca a própria história. A vida é um sopro. Adiar a felicidade é compreensível, mas não deixe tudo sempre para depois.