Um soco na boca do estômago. Assim fui recebida quando abri as portas para 2019. Logo que abaixei para me contorcer da dor abdominal, um upper no queixo e um chute no saco. Depois de uma luta quase “parelha”, fui nocauteada. Sabia que seria, mas não achei que ia doer tanto.

Sempre acho que é a última chance ou a pessoa mais legal que vou conhecer. O sofrimento é avassalador, pois, já imaginou, ‘perder’ a pessoa mais legal que você já conheceu? Achando que não existe nada ‘melhor’? O amigo mais parceiro, o colega mais prestativo, a turma mais maluca, o cara mais engraçado.

Não é uma comparação. Assim como acredito que não existe beijo bom ou ruim, e sim beijos que combinem ou não. Não são pessoas melhores que outras, nesse sentido da palavra. Existem pessoas que se encaixam na sua vida naquele momento muito melhor que outras. E muitas delas não vão fazer parte da sua vida para sempre. Elas estão ali porque têm que estar, vão porque têm que ir e ficam porque têm que ficar. Simples, incompreensível, necessário.

Mas às vezes se afastar é o que você mais quer e nem por isso é mais fácil, não mesmo! Na maioria das situações você não tem um motivo comprovado cientificamente, as suas energias só não combinam mais, você não aguenta ficar no mesmo ambiente, responder àquelas mensagens cheias de monossilábicas interrogativas que são respondidas por ‘hehehe’, ‘hahaha’,’ kkkk’, ‘OMG’, ‘nanana’…e assim por diante. Enfim, você não pode chegar para a pessoa e simplesmente dizer: nossas energias não combinam mais, tchau. É necessário sim, partir, mas faça-o com delicadeza, tenha paciência e boa sorte.

Mas – obrigada Deus – cada momento vivido é melhor que o último, conhecemos pessoas diferentes. Não que as pessoas não possam ser melhores, efetivamente, mas é sensato e realista dizer que na verdade algumas coisas não nos cabem mais, mudamos de opinião constantemente e, em sã consciência, não gostamos da rotina.

Sirvo meu café e mastigo quitutes de padaria, como se fosse um agrado. Assim como o banho matinal e a roupa de ir na missa. Nessa manhã estranha, pensei nas pessoas como peças de um jogo de xadrez. Só desempenharão seu papel naquele lugar, no momento certo. Talvez essa tenha sido a pior comparação que eu já fiz, mas dane-se, essa também foi uma das piores noites que já tive.

Às vezes eu só gostaria de manipular o jogo, transformar o cavalo em rei e colocá-lo no trono, ao meu lado.