Quem passa pela chamada zona gastronômica de Bento Gonçalves tem uma farta opção de locais para comer. A cidade conta com 205 restaurantes, com os mais variados tipos de cardápios.

Apesar das tantas opções, quando o assunto é gastronomia, principalmente na terra dos descendentes de italianos, ela sempre é lembrada: a pizza. Inclusive ela tem uma data própria, comemorada nesta quarta-feira, 10 de julho.

Na Capital do Vinho, existem 37 pizzarias, entre as que contam com espaço físico e as que atendem apenas no formato delivery. Mas, se hoje as opções são muitas, em meados dos anos 1990 a realidade era outra. Naquela época, quem queria comer uma pizza, precisava se deslocar até Caxias do Sul.

Foi durante uma viagem para São Paulo, quando Leandro Paulo Celso saiu para jantar com a na época namorada, Tessália Tegon Celso, que surgiu a ideia de abrir uma pizzaria na Capital do Vinho. “Fomos encomendar uma pizza e tomar um chopp, então ele se encostou em uma parede, ficou olhando, gostou da ideia, voltou para cá e disse que ia fazer uma igual”, recorda Tessália, assessora do estabelecimento.

Enquanto Celso procurava e reformava o local para abrir o restaurante, Tessália foi providenciar o primeiro cardápio e pensar no nome. “Nas pizzarias de São Paulo a maioria são feitas sem queijos, então fiz assim também. O Leandro, acostumado com o pessoal daqui, disse que em Bento as pessoas não comeriam pizza sem queijo, então tivemos que modificar tudo para o gosto do pessoal daqui”, relata Tessália.

Assim, na segunda metade de agosto de 1990 foi inaugurada a primeira pizzaria da cidade, a Pirandello, com uma novidade a mais: o forno a lenha. Tessália relembra das dificuldades enfrentadas naquele começo, como a mão de obra, por exemplo. “Nosso primeiro pizzaiolo foi um menino que veio de Caxias do Sul para aprender a lidar com isso, ficou pouco tempo. Depois, pegamos um cara de São Paulo e trouxemos para cá, já com experiência”, conta.

Além disso, por ser a primeira pizzaria com forno a lenha, a aceitação inicial também não foi muito rápida. “As pessoas não estavam acostumadas com isso, era forno a gás ou elétrico, então foi um pouco difícil, o pessoal tinha um pouco de receio”, relata Tessália.

Trabalhando há tantos anos nesse ramo, Tessália conta que uma grande mudança nesses anos está na forma de entregar a pizza. “A tele entrega era feita de carro, tínhamos um entregador que levava a pizza de gravata, era a coisa mais linda. A moto veio bem depois”, relata.

Atualmente, com um cenário onde tem tanta concorrência, Tessália diz que se tornou mais complicado de se manter. “É sempre mais difícil e quanto mais abrem, mais pulveriza o pulico. Se mantem os antigos, mas eles também vão comer em outros lugares. Naquela época não tinha nada, era basicamente nós, uma churrascaria e alguns restaurantes de quilo que abriam só de dia.”, conta.