Feira encerra nesta quinta-feira, 12, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves

O segundo dia da programação da FIEMA Brasil 2018 foi de corredores movimentados, com visitantes conhecendo as soluções trazidas pelos cerca de 100 expositores participantes da feira, e de auditórios cheios, com espectadores acompanhando as palestras técnicas oferecidas no circuito de congressos e seminários do Fiemacon.

A agenda de trabalhos teve as conferências do 6º Congresso Internacional de tecnologia para o meio ambiente, com destaque para a temática dos resíduos sólidos. A importância do processamento desses materiais, especialmente para a indústria cimenteira, foi o foco da palestra “Valorização de Resíduos Sólidos”. Apresentado pelo gerente comercial do Grupo Votorantim, Bruno Marin, o encontro encorpou a programação do segundo dia do evento.

Marin abordou questões relacionadas ao tratamento que a empresa confere aos resíduos sólidos produzidos na indústria cimenteira, salientando que nem todos os tipos de resíduos podem ser processados. Por isso, o setor está investindo cada vez mais em tecnologias que possibilitem um melhor aproveitamento deste material. “O grande desafio ainda é fazer com que esse processo se torne bom economicamente, pois há um enorme esforço para que a parte tecnológica evolua e se crie um sistema flexível”, aponta Bruno. Com essa evolução, a indústria cimenteira tem, segundo Marin, a oportunidade de fazer parte da solução para o destino correto dos resíduos sólidos urbanos no país. Além disso, é possível aproveitar os grandes volumes produzidos através de políticas de estímulo à reciclagem e à valorização energética.

Foto: Emerson Ribeiro

Outras palestras auxiliaram no debate sobre resíduos sólidos no Congresso Internacional da Fiema 2018. Quatro especialistas da área discutiram temas como resíduos de saúde, política nacional de resíduos sólidos, gestão pós-consumo e processos para tratamento de resíduos. Os debates iniciaram às 9h da manhã e se estenderam até o meio dia.

Recursos hídricos abriram a programação

Na terça-feira, 10, o coordenador do Congresso, Lademir Luiz Beal, da Universidade de Caxias do Sul abriu os trabalhos destacando a qualidade técnica e a relevância do encontro. “Há sempre a preocupação de trazer palestrantes de alto nível, para debater questões que proponham soluções que possam evitar um possível cataclismo do planeta Terra. Dessa forma, é muito importante que compreendamos isso e discutamos os temas que envolvem o meio ambiente”, aponta o coordenador.

A palestra que iniciou a programação discutiu os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Quem conduziu o tema foi Carlo Linkevieius Pereira, diretor executivo da Rede Brasil do Pacto Global e com mais de 15 anos de experiências em temas relacionados a sustentabilidade. Os ODS são 17 proposições que deverão orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional até 2030, sucedendo e atualizando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

O ano que marcou o início da implantação dos ODS foi 2015, após a realização do Rio +20. A partir de então, as empresas começaram a focar mais na área ambiental. “Em épocas nas quais os eventos climáticos estão cada vez mais extremos, as empresas e os governos precisam parar e refletir sobre o que estão propagando e praticando, pois é necessário que todos sejam provocativos e visionários para atingirmos os 17 objetivos propostos”, afirma Carlo.

O 6ª Congresso Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente da Fiema Brasil 2018 encerra nesta quinta-feira (12) com cinco palestras abordando a temática das tecnologias ambientais.

2º Seminário de Energias Renováveis

Foto: Emerson Ribeiro

Com a temática de tratar a eminente necessidade de refletir sobre a geração de energias que se renovem, o 2ª Seminário de Energias Renováveis da Fiema Brasil pautou os debates na programação do segundo dia da feira. O encontro iniciou na parte da manhã com explanações sobre um panorama geral da situação das energias renováveis por professores da PUC-RS. Logo após, tratou-se de licenciamento, aplicabilidade e políticas de incentivo, abordado especialmente as linhas de financiamentos que o BRDE oferece ao setor.

Na parte da tarde, Robson Tanaka, da CPFL Energias, expôs aspectos da energia hídrica, quanto aos impactos socioambientais da instalação de usinas de energia hidroelétrica. Em contrapartida, logo após a apresentação do meio que representa a maior parte da energia elétrica do país, Otto Fonseca Cardoso apresentou as formas de produção de Biomassa e Biogás da empresa que representa, a Sulgás – Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul.

A empresa estatal possui 51% da concessão de gás, que durará até 2044. A Sulgás estima que são produzidos 86 milhões de toneladas de biomassa por ano no Rio Grande do Sul. Otto expôs que esse recurso é um complemento para a economia gaúcha e também para quem procura combustíveis renováveis. “Nós estamos trabalhando cada vez mais para termos tecnologias que possam fazer com que sejamos mais autônomos quanto à biomassa, pois hoje, apesar da nossa grande reserva, importamos boa parte do recurso da Bolívia”, relata Cardoso.  Palestras sobre energias solar e eólica fecharam o 2ª Seminário de Energias Renováveis.

Último dia de Fiema com intensa programação

A Feira de Negócios, Tecnologia e Conhecimento em Meio Ambiente se estende até esta quinta-feira, dia 12. A Fiema contará com mais programação dentro de quatro espaços: o 6º Congresso Internacional de Tecnologias para Meio Ambiente, o 6º Seminário Brasileiro de Gestão Ambiental na Agropecuária, o 5º Seminário de Segurança do Trabalho e o 1º Seminário Internacional de Resíduos Industriais e Urbanos. A visitação a feira, que ocorre no Parque de Eventos de Bento Gonçalves, é gratuita, já os seminários têm inscrições pagas e podem ser feitas diretamente na bilheteria da feira.

 Negócios e novidades pelos corredores

Foto: Emerson Ribeiro

Quem circulou pelos corredores da FIEMA Brasil 2018 teve a oportunidade de conferir de perto inovações relevantes para gestão ambiental. A LDA Indústria e Comércio Ltda, de Sumaré (SP), fez dupla estreia na feira. Além de participar pela primeira vez, igualmente de forma inédita divulga um produto da linha voltada ao saneamento básico – a empresa é especialista em equipamentos para implementos rodoviários e para a construção civil.

Com know-how e corpo de engenharia qualificado para atender a demandas tanto de prefeituras quanto de empresas que lidam com meio ambiente, a LDA apresentou o combinado, sistema com um tanque dividido em dois compartimentos. Um deles é utilizado com água para hidrojateamento de alta pressão a fim de limpar e desobstruir redes de esgoto e galerias, além de lavagem geral. O outro é reservado para o depósito de sucção a vácuo de materiais líquidos, pastosos, oleosos e sólidos. “Muitos problemas como enchentes e alagamentos advêm da falta de manutenção nas redes. Isso vai criando lodo, entupindo e criando um lastro, e nós temos equipamento para evitar isso, fazendo uma prevenção”, diz David Viana, do setor de vendas e equipamentos da LDA.

Para André Pavane, do marketing da empresa, o investimento acaba sendo mais benéfico do que o aluguel de máquinas para solucionar o problema quando esse já aconteceu, principalmente no caso de prefeituras. “Com a aquisição, a prefeitura gera um ativo e acaba pagando o equipamento em menos de um ano pela economia que ele gera”, comenta. Segundo ele, há financiamentos para a iniciativa privada como o Finame/BNDES, e para prefeituras, através de programas do governo.

Lançamento de ETE Físico-Química compacta

Outro destaque à disposição do público foi a apresentação da Estação de Tratamento de Efluentes Físico-Química compacta. Fabricado pela indústria florense Mega Equipamentos, o dispositivo com vazões de 10m³ a 30 m³ tem, entre suas vantagens, o fato de ocupar pouco espaço físico e de ser operado através de painel elétrico. De forma semiautomática, o operador controla facilmente os comandos das bombas dosadoras, das bombas de transferência e da recirculação dos efluentes. Carvão ativado e filtro de areia são utilizados no equipamento para auxiliar na retirada de impurezas e de odor, além de clarificar a água. “O que não puder ser reutilizado de efluente pela empresa pode ser descartado na natureza sem qualquer risco ambiental”, diz o diretor da Mega, Vilvi Zardo dos Santos.

O novo aparelho também tem como diferencial a praticidade em logística – podendo ser transportado em cima de skid (plataforma da empilhadeira) -, o baixo custo de dosagem de produtos e a rapidez na entrega, com projetos “chaves na mão”, sem a necessidade de espera. A ETE é destinada ao tratamento de efluentes industriais diversos, desde os produzidos por lavanderias ou moveleiras, passando por metalúrgicas e galvânicas, entre outras.

A Mega ainda pode entregar o equipamento já com o filtro de prensa instalado e oferece a instalação e startup do sistema, garantindo sua eficiência através de ART do projeto e treinando os operadores no cliente. Fundada em 2007, a empresa participou no ano seguinte de sua primeira Fiema e, desde então, tem participado de todas as edições da feira.