Durante o 67º Congresso Tradicionalista Gaúcho, realizado na cidade de São Borja, na 3ª Região Tradicionalista, 1009 tradicionalistas credenciados participaram do pleito.

Em um final de semana agitado, tradicionalistas reelegeram Nairo Callegaro para continuar no comando do Movimento Tradicionalista Gáucho (MTG) por mais um ano. Callegaro foi eleito no final da tarde de sábado, 12, durante o 67º Congresso Tradicionalista Gaúcho, realizado na cidade de São Borja, na 3ª Região Tradicionalista.

Pela primeira vez, mais de mil tradicionalistas estavam aptos a votar. Callegaro foi escolhido por 553 votos. Elenir Winck, a primeira mulher a disputar o cargo, conquistou 453 votos. Votos em branco foram dois e nulo, um. O mandato tem duração de um ano.

Engenheiro civil e natural de Santo Ângelo, Callegaro chega ao quarto mandato consecutivo. Com uma proposta de aproximação do MTG das populações urbanas, ele pretende fazer uma gestão descentralizadora, dando maior autonomia às coordenadorias regionais. “Não se trata de um projeto pessoal, mas sim de um mandato coletivo. Quero fazer o tradicionalismo cruzar os portões dos CTGs. Não diante sermos herdeiros de Paixão Côrtes e Barbosa Lessa se não fizermos esse conhecimento girar pela sociedade”, afirma.

O presidente criticou ainda a postura de tradicionalistas que utilizaram as redes sociais para, segundo ele, disseminar inverdades sobre sua candidatura. “Ninguém tem a verdade absoluta. Nós temos que respeitar a pluralidade, as vontades, os desejos. Ninguém tem o direito de desconstruir pessoas em redes sociais, fazer circular imagens sem autorização, lançar textos duvidosos em e-mails, grupos. O MTG deve se reencontrar em algumas questões”, argumenta. “O Movimento deu um grande passo nesse momento e, a partir de agora, terminou a eleição. Temos que continuar, pensando no futuro, naquilo que é melhor”, observa.

Mesmo sendo derrotada no pleito, Elenir agradeceu os votos recebidos e condenou a postura de tradicionalistas durante o pleito. “Quando eu coloquei o meu nome à disposição, juntamente, com uma grande equipe, para oferecer os nossos trabalhos pelo Movimento, sabia que estávamos entrando em uma disputa. E é esse o nosso papel como tradicionalista: estar à disposição do MTG para trabalhar pela nossa cultura”, afirma.

A tradicionalista disse ainda que os tradicionalistas precisam, urgentemente, rever conceitos de ética, responsabilidade e respeito. Durante o Congresso, denúncias de que pessoas estariam se filiando a entidades de outros municípios para terem direito a voto e escolherem a chapa de Callegaro, esquentaram o debate nas redes sociais e durante o processo em São Borja. “Tive muitas aprendizagens nessa caminhada e, principalmente, neste evento. Porque pudemos perceber que muitas vezes o que nós pregamos, muitas vezes, nós não aplicamos. Precisamos, urgentemente, rever a questão da ética e da moral, para podermos dizer que nós somos tradicionalistas. A honestidade, a sinceridade, acima de tudo. Se eu tivesse que tomar hoje uma decisão, de recomeçar tudo de novo, começaria neste momento essa caminhada novamente”, afirma.

Outro ponto alto do evento foi a escolha do tema anual a ser trabalhado pelas entidades tradicionalistas, sendo escolhido “Mulher Gaúcha – 70 anos de Inclusão no Tradicionalismo Gaúcho Organizado, suas conquistas e participações”, aprovado por 139 votos.