O Ministério Público de Bento Gonçalves denunciou cinco pessoas por homicídio culposo relacionado ao caso ocorrido no dia 16 de dezembro de 2014, terça-feira, em uma creche de Bento Gonçalves. Um bebê de oito meses morreu por asfixia mecânica após ingerir papinha na creche.

A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público em 16 de março deste ano. No despacho para a Justiça, está citado homicídio culposo, conforme apurado pelo inquérito da Polícia Civil, em março de 2015. Cinco pessoas foram denunciadas. “Além disso, também são citadas denúncias de falsidade ideológica, por alteração nos laudos das câmeras de vigilância da creche, e fraude processual, relacionada a alterações não autorizadas no local do crime”, afirma o promotor de justiça criminal de Bento Gonçalves, Eduardo Só dos Santos Lumertz.

De acordo com ele, a denúncia foi oferecida no dia 16 de março de 2016 e, desde o dia 17, está esperando decisão do juiz. Não há previsão para a decisão. Procurado pela reportagem para falar sobre o caso, o delegado Alvaro Becker preferiu não se manifestar, pois o inquérito já foi concluído e entregue. A juíza responsável pelo caso, Fernanda Ghiringhelli de Azevedo, está de férias.

Dor e sofrimento na espera por justiça

No dia 16 de dezembro de 2014, o Samu foi chamado na Escola de Educação Infantil Universo da Criança, na rua Xingu, no bairro Cidade Alta, para atender uma ocorrência de asfixia após ingestão de alimento. O menino foi encontrado inconsciente no berço. Ele foi removido e levado ao Hospital Tacchini, onde foi confirmada a morte por parada cardiorrespiratória. A necropsia confirmou asfixia mecânica como a causa da morte.

Quase dois anos de espera por justiça. Esse é o tempo que Juliano Pozzebon, pai do bebê que morreu, está aguardando por respostas do caso envolvendo seu filho. A demora pela obtenção das respostas é o que mais angustia o pai. “Não dá pra deixar passar em branco, e esperar assim é complicado. Eu quero que apareça a verdade e a justiça seja feita”, afirma ele.

Segundo Juliano, muitos pontos relacionados a morte do seu filho ainda não foram esclarecidos, o que ajuda a aumentar a sensação de dor pela perda do bebê. “Ele era um bebê saudável, os laudos médicos da pediatra comprovam isso”, comentou.

Vale lembrar que a escola envolvida na morte da criança não é a mesma que funciona atualmente no endereço. A Escola de Educação Infantil Cheirinho de Amor foi aberta no local, sob nova direção, e não faz parte do inquérito.

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