O medicamento anunciado pelo Ministério da Saúde como alternativa para prevenção ao HIV vai começar a ser distribuído no Rio Grande do Sul nesta quarta-feira, 3 de janeiro. Inicialmente, o Truvada será disponibilizado em Porto Alegre para 86 usuários dos serviços da Secretaria Municipal de Saúde da Capital e do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Hospital Sanatório Partenon, vinculado à Secretaria Estadual da Saúde. Moradores de municípios de todas as regiões do Estado também poderão fazer o cadastro para receber a medicação.

A chamada profilaxia pré-exposição (PrEP) será oferecida para grupos considerados de risco para exposição ao vírus. O medicamento só pode ser utilizado por pessoas que não foram infectadas pelo HIV.

Em 2012, a utilização do Truvada para a prevenção do HIV foi aprovada nos Estados Unidos e a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o potencial da PrEP para o enfrentamento da epidemia do HIV/AIDS. No Brasil, foram realizados testes com 500 homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e mulheres transexuais com risco de adquirir a infecção pelo HIV em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Em dezembro, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou a distribuição do medicamento gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A estimativa da pasta é que a estratégia no Brasil seja utilizada por cerca de 7 mil pessoas que integram as chamadas populações-chave, no primeiro ano de implantação.

Como usar

Para garantir a proteção, o medicamento deve ser tomado diariamente, no mesmo horário. A ação do Truvada começa a valer após sete dias de uso para sexo anal e após 20 dias de uso para sexo vaginal. Caso a pessoa decida parar de utilizar a medicação, deve permanecer tomando por quatro semanas após a última relação sexual para evitar a contaminação com o vírus.

Algumas pessoas sentem efeitos colaterais quando iniciam o Truvada para PrEP, no entanto, os sintomas são geralmente leves e desaparecem após o primeiro mês de uso. Podem ocorrer gases, cefaleia e um pouco de enjoo.

A orientação do Ministério da Saúde é para que, mesmo tomando o medicamento Truvada, as pessoas continuem utilizando preservativo.