Em palestra na Capital do Vinho, autor do livro ‘O Papai é Pop’ compartilhou com centenas de pessoas suas experiências

A frase, “Minhas filhas mudaram meu segundo domingo de agosto”, postada em uma rede social, resume muito do que é a palestra ‘O Papai é Pop’, ou resume muito de quem é Marcos Piangers, o “Papai Pop”. Com os olhos brilhando e um sorriso de orelha a orelha, na véspera do Dia dos Pais, o autor dos livros ‘O Papai é Pop’ e ‘O poder do Eu te Amo’, comemorou a data ao lado de sua esposa, filhas e familiares na Capital do Vinho, onde palestrou para centenas de pessoas, inclusive famílias, no Hotel Dall’Onder, sobre sua experiência de ser pai.

Uma rica história precisa ser compartilhada e o aprendizado de anos, com suas duas filhas, foi o que o motivou para ser o melhor para elas. “Não sou pediatra, nem pedagogo, muito menos psicólogo. Tudo que aprendi foi aos trancos e barrancos em minha trajetória de pai, mas também de pai para filho, pois aprendi muito com minha mãe, e de marido, pois também aprendi muito com minha esposa”, diz ele. “Estes aprendizados começaram a ser compartilhados nas redes sociais e encontraram ressonância entre tantas pessoas que trazer isso para um ambiente ao vivo também dá a oportunidade de abrir o microfone para outros pais compartilharem suas experiências. desta forma, também aprendo e melhoro um pouquinho”, salienta.

Pai de Anita e de Aurora, que participam no decorrer da palestra, ele afirma que se molda para atender as duas. “Sou dois pais diferentes para cada uma delas: uma é cerebral, questionadora, racional, crítica e a outra é encantada, feliz, tudo está bom, é bonito, está criativo. São duas vivências completamente diferentes dentro de casa. As vezes, em uma mesma noite, estou contando uma mesma história para as duas, e uma traz um monte de questionamentos e a outra traz outros. Então tenho que moldar a história para cada uma”, exemplifica.

Ele também aborda a questão da masculinidade e de toda a carga que isso acarreta. “A carga antiga e cultural diz que ser homem é ser o provedor ou o pegador. Quando nasceu a Anita, eu não sabia o que era ser pai, então eu achava que o certo era fazer tudo. E acho que é o certo ainda hoje. Dava banho, trocava a fralda, passeava com ela. Muitos homens e amigos falavam que eu estava de babá, mas não, eu estava de pai!”, explica.

Segundo ele, toda a construção masculina afasta o homem da família ao invés de aproximar. “Fiquei muito perto das minhas filhas, anotava tudo que elas falavam, com algum constrangimento, pois meus amigos sempre falavam algo, como: ‘tu tá indo pra casa de novo trocar fralda de criança? Deixa que sua mulher cuida, ela sabe das coisas, tem instinto materno. Quando o livro é lançado encontro outros homens que não acreditam nesta masculinidade ultrapassada, que acreditam que também podem participar e compartilhar desta experiência maravilhosa”, ressalta.
Sobre ser pai, ele diz que ainda tem muito a melhorar. “Cada dia procuro evoluir, dizem que a gente aprende a ser filho depois que é pai e esses dias um avô completou: você só vai aprender a ser pai quando for avô, então, tento me aproximar do que é ser avô”, finaliza.

 

Foto: Caroline Pandolfo