Estimativa tem como base os meses de janeiro e fevereiro, quando arrecadou-se cerca de R$ 486 mil com o turismo

Os cachos de uva fartos combinam com os sorrisos dos visitantes. A magia das uvas, associada ao ambiente acolhedor, aos requintes da cultura italiana e ao encantamento das descobertas dos processos de como são cultivadas, colhidas e fermentadas em vinhos são elementos que atraem milhares de turistas a Bento Gonçalves durante o ano. Segundo estimativas da prefeitura, no período da Vindima, colheita da iguaria, que foi de 18 de janeiro a 18 de março, mais de 230 mil pessoas estiveram na cidade. A procura movimentou principalmente os setores de hospedagem e transporte rendendo aos cofres públicos cerca de R$ 486 mil.

1,5 milhões de visitantes

O secretário de Turismo do município, Rodrigo Ferri Parisotto, havia projetado no início no ano, 285 mil turistas em Bento no período. Embora ainda as estimativas não estejam concluídas, Parisotto demonstra-se otimista. “As rotas demonstraram aumento no fluxo em comparação ao ano de 2017. Há uma tendência nos números que mostram ser possível se concretizar a projeção para o período da Vindima”, ressalta.

De janeiro a fevereiro, Bento Gonçalves recebeu 231.229 pessoas, enquanto no ano passado foram 208.614. Conforme Parisotto, no mês de março de 2017, o município recebeu 76.957 visitantes e para março de 2018, a perspectiva é de aproximadamente 80.800, um acréscimo de quase 5%. Ele ainda complementa que é possível afirmar que houve crescimento no setor, destacando o acréscimo de 42% na arrecadação de ISS, advinda da atividade turística no mês de janeiro.

A alta procura nos dois primeiros meses do ano geraram retornos financeiros de R$219 mil e R$ 266 mil, respectivamente. Porém, de acordo com o secretário de Turismo, é possível afirmar que a arrecadação foi ainda maior. “Tendo em vista que não são considerados os valores arrecadados por meio do comércio e indústria”, afirma.

Na avaliação de Parisotto, a Vindima foi positiva. “Tivemos um aumento no fluxo de visitantes. Além disso, momentos importantes para a época, como a abertura dos eventos “Estação Vindima” e o “Sabores da Vindima”, que marcaram o encerramento, contaram com um bom público”, observa. Ele ainda cita o lançamento do novo portal turístico como um aspecto para potencializar o setor.

Sobre as projeções para o turismo em Bento, Parisotto reforça que foi desenvolvida uma programação especial e aprimoradas ferramentas de comunicação, como site e redes sociais. “Esperamos, assim, atingir a marca de mais de um milhão e quinhentos mil visitantes em Bento Gonçalves no ano de 2018”, ressalta.

A perspectiva da Secretaria de Turismo é receber cerca de 1,5 milhões de turistas em 2018. Foto: reprodução.

Expectativas

O turismo na Vindima 2018 começou antes do esperado e excedeu as expectativas do setor. De acordo com a turismóloga da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), Naiára Martini, a procura, por parte de visitantes, iniciou ainda no ano passado. “A partir da segunda quinzena de dezembro, sentimos um aumento considerável no movimento, o que foi atípico ,se comparado a anos anteriores, porém muito bem vindo. Neste período, normalmente recebemos o visitante que já conhece o Vale, e tem nossa região como opção para as festas de final de ano, para aproveitar o início da colheita e usufruir da infraestrutura dos nossos meios de hospedagem”, ressalta.

Sobre a fidelização de um perfil dos turistas, Naiára explica que Bento tem cativado um “novo turista”. “Neste período de colheita, recebemos o novo visitante, aquele interessado em conhecer o início do processo do vinho, o que vem para interagir, colher a uva e conhecer a nossa cultura na prática”, observa.

Quanto à procura no setor na Vindima, a especialista reforça que a época ainda perde em movimento comparado a temporada de inverno, mas a cada ano o número aumenta, acompanhando o crescimento médio anual. Naiára credita este crescimento à programação, que foi pensada para transmitir a cultura e o legado da imigração italiana.

Embora os bons índices, a turismóloga alerta para melhorias, que passam pela infraestrutura urbana. “A Aprovale conseguiu o melhoramento da RS 444, mas a Via Trento e outras estradas vicinais continuam precárias. Conseguimos implementar, com patrocínio privado, uma nova sinalização interna para visitantes, mas as sinalizações das estradas que levam até o Vale não atendem nossas necessidades atualmente. A Ciclovia Vale dos Vinhedos e a Zona Franca englobam diversos fatores, que objetivam o desenvolvimento regional em termos econômicos e sociais”, critica Naiára.

Crescimento

Além da Aprovale outra associação que registrou crescimento na procura foi a Caminhos de Pedra. De acordo com dados da entidade, em janeiro, 8.789 e em fevereiro 8.361 visitantes procuraram a entidade. O estudo referente ao mês de março, ainda não foi concluído.

Conforme o documento, as famílias são quem mais tem procurado o roteiro e esta demanda tem crescido mensalmente. Se comparado à 2017, no mês de janeiro, a instituição registra um crescimento de 11% e em fevereiro, de 15%”.

A empresa Giordani Turismo que atende a este público na cidade, informa que no período da Vndima mais de 38 mil pessoas foram atendidas. Segundo relatório da agência, em um comparativo 2017 /2018 houve crescimento de 143%, com expectativa de crescer ainda mais em 2019.