A quinta exposição do ano, idealizada e realizada pelo Museu do Imigrante, retrata uma linha do tempo, literalmente, em relação ao artesanato e aos afazeres manuais. Agulhas, linhas, máquinas de costura tiveram formatos e funções diferentes com o passar dos anos.
Linhas do Tempo é uma narrativa feita através da expografia, espaço construído por conteúdo, ideia e forma, que geram percepção e experiência estética. “Buscamos ressaltar essa memória afetiva, com espaços para o visitante sentar e observar, sem pressa, fotografias de pessoas realizando diversos afazeres manuais, como bordado, costura à mão e à máquina. Além de um espaço interativo, onde o visitante pode dar continuidade ao tricô que foi começado”, frisa Angela Maria Marini, uma das idealizadoras da exposição.
Durante o estudo sobre o que e como seria a exposição, foi-se entendendo que grande parte do que existiu não é mais concebível hoje, assim como o machismo relacionado aos afazeres, que, em épocas passadas, eram, exclusivamente, feito por mulheres. Parte da expografia faz o contraponto entre o que era visto como fazer manual e como é a visão disto hoje. “Um dos objetivos da exposição é abrir um espaço para reflexão sobre o papel da mulher no ‘fazer manual’ e como isto se relaciona com os períodos históricos, relação feita através de objetos e imagens”, relata Angela.
Para complementar a exposição e aguçar a memória afetiva, além da técnica da expografia, foram criadas oficinas. “Para a realização destas, que são gratuitas, buscamos pessoas que em outros momentos já colaboram com o Museu de alguma forma”, comenta a idealizadora.
A oficina tem o objetivo de valorizar conhecimentos tradicionais e propiciar momentos de conversa e reflexão sobre o papel do artesanato no mundo contemporâneo. Todos os módulos são ofertados no Museu do Imigrante e destinados ao público em geral, mediante inscrição. As inscrições são gratuitas, porém, os materiais deverão ser adquiridos por cada aluno.