Iniciativa visa recolher material plástico; em troca, a entidade de Bento recebe valor financeiro para manter atividades

O que é considerado lixo para muitos se tornou mais um meio de angariar fundos para a Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves. Desde novembro do ano passado, a entidade está recolhendo tampas plásticas de garrafas PET, cosméticos e produtos de limpeza e alimentícios, que se transformam em moeda de solidariedade, oportunizando o pagamento de procedimentos, medicamentos e até aparelhos para pacientes acometidos com o câncer. A ideia é fomentar o espírito solidário da comunidade, e, ao mesmo tempo, trabalhar em prol do meio ambiente, já que o material, que poderia ser jogado na natureza, passa a ser destinado ao descarte correto.

Conforme a presidente da Liga, Maria Lúcia Severa, numa iniciativa do Congresso Nacional do Plástico e do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Vale do Vinhedos (Simplavi), foi dada a largada para a campanha “Tapinha Legal” e, segundo Maria Lúcia, a entidade de apoio aos pacientes com câncer de Bento Gonçalves foi a escolhida para receber os recursos oriundos do recolhimento do material. “Projetos e ações como este vem fortalecer os trabalhos desenvolvidos pela Liga. Para nós é um orgulho termos sido escolhidos pelo Simplavi”, afirma. Segundo a presidente, a ação visa unir a comunidade. “É uma forma de envolver as pessoas de maneira simples e sem custo algum”, garante.

Ivânio Arioli Presidente do Simplavi (e), Simara Souza coordenadora do
Projeto Tampinha Legal,  Maria Lúcia Pres. Lccbg e Alfredo Schmit Presidente do Congresso Brasileiro do Plástico, no lançamento do projeto em Bento Gonçalves.

Atualmente, 100 postos de coleta foram espalhados por Bento Gonçalves. De acordo com Maria Lúcia, ainda em janeiro, mais 200 pontos serão criados para que as pessoas possam realizar suas doações, além da coleta domiciliar feita através da distribuidora de gás Cainelli. A única exigência é que as tampas sejam entregues limpas, para facilitar a separação. Conforme ela, nos dois primeiros meses de campanha foram arrecadados 500 quilos do material e que receberam o descarte correto através do intermédio do Simplavi. Maria Lúcia salienta que o valor recebido auxiliou na compra de um equipamento para um paciente atendido pela entidade. “Com a doação das tampinhas, conseguimos comprar uma bomba para uma pessoa que precisou retirar as cordas vocais, devido a doença. Um gesto simples, mas que vai mudar o dia a dia de quem foi beneficiado”, garante.

Cerca de 274 mil toneladas de garrafas e outros materiais plásticos são reciclados todo ano no Brasil, o que representa 51% do descarte total do produto no País, de acordo com dados mais recentes da Associação Brasileira de Indústria PET (Abipet). A atividade, além de vital para preservação do meio ambiente e para a sobrevivência de catadores e cooperativas, também pode ajudar a salvar vidas. Com o slogan “Junte tampinhas, junte-se a nós”, após serem entregues nos pontos de coleta, os materiais são levados até a sede da Liga. As tampinhas passam então por uma triagem, para serem, posteriormente, encaminhadas à Simplavi que faz a destinação final. Toda a renda é revertida para o diagnóstico e tratamento de pacientes atendidos pela entidade bento-gonçalvense. Mais informações podem ser obtidas no site www.ligaccbg.com.br ou pelo telefone 54 3451-4233.

 

Balanço de 2017

Presidente da Liga-BG, Maria Lúcia Severa. Foto: Reprodução

Questionada sobre os resultados dos trabalhos realizados ao longo do ano passado, a presidente da Liga, garante que os números superaram as expectativas da entidade, porém, os números oficiais só serão divulgados em fevereiro, durante a assembleia de prestação de contas. “Trabalhamos incansavelmente durante 2017. Conseguimos auxiliar todos aqueles que buscaram apoio aqui na Liga”, enfatiza.

Para 2018, de acordo com Maria Lúcia, o mote da entidade é fortalecer ainda mais os laços com a comunidade e manter o trabalho de toda a equipe de voluntários na educação, quanto a prevenção e a busca pelo diagnóstico precoce. “Precisamos manter este trabalho diário, para que as pessoas saibam da necessidade de buscar ajuda assim que aparecer qualquer sintoma. A prevenção é o melhor remédio”, pontua.