Redução de acidentes com lesões em Bento Gonçalves caiu 35% e no Rio Grande do Sul, 8% em 10 anos da legislação

Em 19 de julho de 2008 entrava em vigor a Lei 11.705, denominada Lei Seca. Com ela, motoristas que dirigem embriagados em estradas e dentro das cidades estão sujeitos a uma punição dada pelos órgãos de fiscalização e segurança. 10 anos depois, e com uma série de alterações, a lei se tornou mais severa e mesmo com algum atraso, conseguiu evitar um aumento no número de acidentes e mortes causados pela combinação álcool e direção.
Prova disso está na pesquisa do Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES) divulgada no ano passado, que mostra que a Lei Seca evitou a morte de quase 41 mil pessoas entre 2008 e 2016.

Em Bento Gonçalves, segundo o site do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (DetranRS), a diminuição no número de acidentes que levaram lesão é de 38% durante esses 10 anos. No Estado, a redução foi de 8%, considerada boa por especialistas.

Na BR-470, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em três anos, combate os motoristas alcoolizados, conforme o Agente Lucas Martins, chefe da delegacia. “Batemos a marca de 50 mil pessoas e cerca de 46 mil veículos foram fiscalizados. Nesse período, 584 motoristas foram autuados por embriaguez, com 89 pessoas presas. E realizamos 17.830 testes de etilômetro. No quesito acidentes, em 2017, número mais recente, foram 39 causados pela ingestão de álcool. Sabemos que diminuímos e evitamos danos maiores, mas estamos longe de comemorar. Gostaríamos de ter taxa zero na nosso rodovia. O nosso trabalho seguirá sendo feito, pois quanto mais fiscalização, mais o cerco contra esses motoristas estará se fechando e vidas sendo preservadas”, ressalta.

Dentro da cidade, ações são feitas através da Balada Segura, em parceria com órgãos estaduais e municipais. No último levantamento oficial, de março deste ano, a fiscalização abordou 7.016 veículos, sendo 1.614 autuados e 262 recolhidos sendo em 142 blitzes. Ao todo, 6.206 testes foram realizados e 386 motoristas autuados devido a ingestão de álcool. Conforme o Coordenador de Políticas Públicas no Trânsito, Gilberto Rosa, o resultado é satisfatórios. “A parceria entre os órgãos e essa fiscalização maior já fez com que houvesse diminuição no número de casos. Além disso, trabalhamos e conseguimos fazer com que as pessoas entendam que podem se divertir e utilizar outros mecanismos de transporte. Estamos avançando bem e vamos melhorar mais esses números”, diz.

Atualização da Lei

O valor de alcoolemia limite é zero, sem tolerância. A recusa ao teste do bafômetro é infração gravíssima, levando a suspensão do direito de dirigir. Além disso, a pena prevista ao motorista causador da morte ou de lesão corporal é de oito anos de reclusão. A multa atual é de R$2.934,70 e suspensão da CNH por um ano.