Antes da metade de janeiro, Vigilância Ambiental já identificou larvas do mosquito da dengue em três bairros de Bento Gonçalves

Entre sexta-feira (11) e quarta-feira (13), durante vistoria, agentes municipais identificaram larvas de aedes aegypti em três bairros da região sudoeste, foram quatros focos no Botafogo, dois no Pomarosa e outros dois na Cidade Alta, a maioria encontrados em quintais de residências, em locais como tonéis e caixa de água.

Embora a Secretaria de Saúde ainda não tenha registrado nenhum caso de doença confirmado em 2019, a situação é vista como preocupante, afinal o número de bairros com focos do mosquito já é igual ao do ano passado inteiro, quando os agentes detectaram larvas no Botafogo, no Conceição e no Nossa Senhora do Carmo. Além disso, em 2018 ainda haviam sido investigados cinco casos de dengue e sete de chikungunya sendo que todos eram importados, ou seja, quando a doença é adquirida fora do município.

Temporada de risco apenas começou

As características climáticas apresentadas no atual verão são vistas como propícias para a proliferação do aedes aegypti, mosquito causador da dengue, zika, febre amarela urbana e chikungunya.
Segundo o coordenador de Vigilância em Saúde, Rafael Vieira, o período de risco está só no início. “Estamos tendo uma estação marcada por dias de chuva seguidos por dias de muito calor. É a combinação perfeita para a reprodução do mosquito. Temos que sublinhar também que estamos apenas no início da fase crítica do ano, por isso nos preocupamos e buscamos lançar notas e divulgar mais”, assinala. A estação de alerta, segundo o coordenador, normalmente vai até metade de março, mas pode se estender caso tenhamos um inverno curto. “Quanto mais dias quentes, mais esse período se alarga”, explica.

Acúmulo de lixo é o principal problema

Em outubro do ano passado, por meio de dados cedidos pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o Semanário havia alertado para o aumento do número de notificações de irregularidades ambientais na cidade. Na época, a Secretaria já havia emitido 701 notificações, sendo que a maioria delas dizia respeito a casos de descarte irregular de resíduos por parte tanto de empresas como da população em geral.

De acordo com Vieira, o problema, que segue comum no município, além dos danos ao meio ambiente, é o fator principal para a proliferação dos mosquitos. “O principal criadouro do mosquito é o lixo reciclável espalhado em quintais, terrenos baldios e nas ruas, que acabam acumulando água parada”, salienta.

Por isso, o principal cuidado é evitar o acúmulo de água parada, além de ter um cuidado maior no descarte do lixo. “O Ministério da Saúde recomenda que uma vez por semana os moradores reservem 15 minutos para verificar o pátio e a calçada. Muitas pessoas recolhem a água da chuva, então é preciso que tenha pelo menos uma tela de proteção para evitar acesso de insetos. Também tem que cuidar os pratos de flor, garrafas, pneus, manter piscinas cobertas e tratadas com cloro. São cuidados básicos”, pontua.

Ações de combate ao mosquito

Conforme o coordenador, o cronograma anual de visitação e fiscalização dos agentes de endemia, que visa cobrir todo o município, foi alterado para que as equipes trabalhem com maior intensidade na zona sudoeste, onde os primeiros focos de 2019 foram localizados.

Ele comenta ainda que a Secretaria da Saúde já está se mobilizando para uma ação de conscientização no centro da cidade. A atividade deve substituir a mobilização que havia sido programada para o “Dia D” de combate a dengue, no dia 30 de novembro do ano passado, e acabou cancelada devido ao mau tempo.

Além dessa atividade de conscientização que deve ocorrer ainda em janeiro, a equipe de Agentes da Vigilância Ambiental segue realizando visitas de orientação e vistoria nas residências da cidade. Vieira orienta que, se alguém perceber sintomas comuns da dengue — como febre, dor no corpo, manchas vermelhas na pele, coceira e/ou vermelhidão nos olhos — deve procurar imediatamente atendimento médico.  Em caso de denúncias, os moradores, podem entrar em contato pelo telefone 0800-979-6866.

Foto: Eduardo Seidl, DIVULGAÇÃO