Projeto foi cadastrado em programas federais diversas vezes – Foto: Reprodução

No verão, temperaturas que ultrapassam os 30 graus. No inverno, chuvas que impedem a utilização do local. Nessas condições climáticas, alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Lóris Antônio Pasquali Reali, no Vale dos Vinhedos, ficam dentro das salas de aula ao invés de estarem praticando atividades físicas. O motivo, a falta de uma cobertura na quadra de esportes. Criado em 2004, o educandário recebe, diariamente, pouco mais de 200 alunos, dos quatro aos 16 anos e aguarda há mais de uma década pela obra. Além dos inúmeros pedidos junto à Secretaria municipal de Educação, um abaixo-assinado foi realizado, porém, sem sucesso. Alunos reclamam da demora e, em muitos casos, sairão da escola sem ver a obra realizada.

Conforme a diretora Sandra Cristina Silveira, o problema não é recente e por inúmeras vezes, a instituição solicitou prioridade na execução de projetos para alavancar a construção do espaço. No entanto, a dificuldade financeira exposta pelo município e a impossibilidade do Círculo de Pais e Mestres (CPM) responsabilizar-se pela obra, tornou o sonho mais distante de sua concretização. “Sabemos que todos estão sofrendo com a crise econômica e política, e que isso impossibilita a destinação de verbas para os municípios. No entanto, é preciso que os políticos enxerguem a nossa necessidade não apenas em períodos eleitorais. Temos o projeto pronto, detalhado. A comunidade escolar necessita dessa obra”, aponta.

Ainda, de acordo com Sandra, um abaixo-assinado, com mais de 800 assinaturas foi encaminhado à Secretaria de Administração do município, além de audiências onde o CPM esteve reunido a Administração Municipal, no entanto, sem respostas. “A única observação que recebemos foi que o nosso projeto está incluso no Plano de Ações Articuladas (PAR), um mecanismo do Ministério da Educação (MEC), que dispõe de instrumentos para a implementação de políticas de melhoria da qualidade da educação, sobretudo da educação básica pública. Porém, até agora, não obtivemos respostas positivas”. Sandra ressalta o apoio da pasta municipal para resolver o imbróglio. “Todos os anos a Secretaria de Educação inclui nossa necessidade no Plano. Infelizmente, nunca alcançamos êxito. Estou quase desistindo. O maior sonho dessa gurizada é ter uma área coberta”, desabafa.

Secretaria garante envio de projeto

De acordo com a secretária de Educação, Iraci Luchese Vasquez, existe um projeto de cobertura do espaço que está cadastrado junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). No entanto, desde 2015, o Governo Federal não abre novas vagas que possibilitem os repasses. A expectativa é que ainda neste ano os processos sejam retomados. “Participamos do Fórum Nacional de Educação e recebemos a informação do FNDE que neste segundo semestre deverão ser reabertas as atualizações do PAR e, quem sabe, conseguiremos ser contemplados”, pontua.

Sem esperanças, os alunos da instituição acreditam que muitos deles não tenham a oportunidade de desfrutar a tão sonhada quadra coberta quando ficar pronta. “Estou no meu último ano e lembro todas as vezes que a gente pensava que a obra ficaria pronta e nunca ficou. Hoje nem tenho mais esperança de usar, afinal, quando ela ficar pronta eu já não vou estar mais na escola”, lamenta Élisson Marques, 15 anos, que está no nono ano, última série do ensino fundamental.

Falta de internet prejudica escola

Diretora Sandra C. Silveira – Foto: Reprodução

Imagine ser um adolescente e não ter acesso à internet e às redes sociais. Se esse fosse o único problema, talvez não seria tão preocupante. No entanto, a situação é mais complexa, pois a escola Lóris Antônio Pasquali Reali, sofre com a constante falta de conexão.

Conforme a diretora Sandra, o local chegou a ficar cerca de um ano sem internet, o que prejudicou o trabalho de professores e alunos. “Ficar sem conexão hoje é inadmissível. Todos os dados que repassamos à secretaria são feitos pelo computador. Se há um problema no sinal, é preciso buscar alternativas. O problema foi corrigido, no entanto, a instabilidade continua. Para vocês terem uma noção, estamos há uma semana sem sinal. Estou utilizando os dados móveis do meu celular para enviar e receber e-mails da escola”, afirma.

Os alunos também reclamam do problema, principalmente, quando a dificuldade envolve as pesquisas escolares. “A maioria dos estudantes tem acesso à internet em casa e aí conseguimos pesquisar. Porém, quando há uma certa urgência sobre os conteúdos e precisamos buscar as respostas em turno escolar, ficamos nesse problema de não ter sinal”, lamenta a aluna do nono ano, Gabriela Zorzi.

Em nota, a Coordenadoria de Tecnologia de Informação e Comunicação (CTEC), confirma o problema, porém, garante que a internet voltou a funcionar, após o conserto na rede. “Tínhamos um problema no caminho entre o Posto de Saúde da comunidade, que gera o sinal até a Escola, mas já foi feito o reparo necessário”, afirma.
Enquanto isso, Sandra afirma que a instituição de ensino busca alternativas para suprir as necessidades da comunidade escolar, no desafio de manter um ensino de qualidade em uma escola do interior de Bento Gonçalves.