Uma operação realizada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Deat/Deic), desarticulou um esquema de fraude em procedimentos realizados ilegalmente no sistema informatizado do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS). De acordo com as investigações, fatos apontam para a realização de diversas alterações fraudulentas que envolveram cerca de 320 veículos e geraram um prejuízo de mais de R$ 450 mil a autarquia.

O valor compreende em pagamentos que deixaram de ser efetuados, em títulos de infrações, seguro DPVAT, licenciamentos e IPVA. Segundo as investigações, isso ocorreu após as investigações apontarem que um ex-credenciado do Detran-RS estaria usando a senha de um funcionário, em horário fora de expediente, parar alterar, incluir e fazer a transferência dos veículos. Entre as irregularidades encontradas estão mudanças de proprietários, alterações de endereços de entregas dos documentos veiculares, trocas de numerações de chassis, reativações de veículos baixados, alterações de números de motor e Renavam, liberações para uso de diesel e de restrições administrativas, além de transferências de veículos de pessoas falecidas.

Três pessoas foram presas em cumprimento a mandados de prisão temporária. Nas buscas, documentos diversos, veículos e arma de fogo foram apreendidos. Os 18 mandados judiciais de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de Porto Alegre, Canoas, Bento Gonçalves, Flores da Cunha, São Luiz Gonzaga, Santiago e São Borja. As prisões foram cumpridas , em Porto Alegre e Santo Antônio das Missões.

Cerca de mil operações fraudulentas

Em nota, o Detran esclareceu que a Operação foi desencadeada a partir de uma denúncia feita pela própria Autarquia, que acabou descobrindo irregularidades em seu sistema, comunicando as autoridades policiais. Até o momento, quase mil operações fraudulentas foram identificadas. “A fraude contra o Detran RS foi cometida por pessoas de fora do órgão que roubaram a senha de um servidor e a utilizavam fora do horário de expediente, sem que esse tivesse conhecimento. As operações no sistema de Gerenciamento de Informações do Detran (GID) foram apuradas a partir de uma auditoria interna, que identificou as operações irregulares e encaminhou o dossiê para a Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública e Ordem Tributária (Deat/Deic)”, explica o documento.

Foto: Polícia Civil