Uma fonte de água mineral e de altas temperaturas foi descoberta num terreno particular em Pinto Bandeira. Após processos junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), responsável pela liberação dos trabalhos de escavo em poços artesianos, o proprietário do local, Roberto Tondo, estuda a possibilidade de envasamento do mineral ou até mesmo, a construção de piscinas térmicas para atrair turistas na região. Segundo Tondo, que é geólogo há 35 anos, o local abriga parte do Aquífero Guarani, uma reserva subterrânea de água doce, considerada a maior do mundo, localizada na região sul da América do Sul, com partes do território do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Até o momento, mais de R$ 1 milhão foi investido.

Iniciada em 2012, a obra precisou passar por diversos estudos e autorizações antes de sair do papel. Toldo explica que o aval para a perfuração do poço veio após parecer técnico da área. “Solicitamos um pedido de pesquisa ao DNPM, onde apresentamos um cronograma, que contemplava o estudo geológico, geofísico e a perfuração de um poço, feito em oito polegadas, com aproximadamente 750 metros de profundidade. Seguimos toda a regulamentação exigida, desde a licença ambiental até o cadastramento da empresa responsável pela perfuração junto aos órgãos competentes”.

Segundo Tondo, a perfuração passou dos 700 metros de profundidade e durou cerca de duas semanas para a conclusão. “Em 2015, fizemos o poço e há cerca de um mês e meio, a instalação da bomba submersa, trifásica, com cerca de 560 metros de tubulação em inox, que proprociona a vazão de 14 mil litros por hora, ou 320 mil litros de água mineral termal por dia, podendo ser usada para consumo ou para piscinas termais em balneário”, afirma. A fonte passou a ser chamada de “Stéfano”, homenagem ao avô do geólogo, um polonês conhecido pelas marcações de poços artesianos na região.

O geólogo explica que para obter vazão maior, foi necessário um escavo mais profundo. “Aqui é uma região crítica de água: ou você faz poço profundo de 600 a 700 metros e pega o Aquífero Guarani, ou faz com profundidade menor, porém com uma fraca vazão de água”, afirma. “Como profissional da área, já sabia que nessa região tínhamos o ‘Arenito de Botucatu’, hoje conhecido como o ‘Aquífero Guarani’, porém, não sabíamos a profundidade exata para a perfuração. Com o estudo, chegamos ao resultado: precisavamos perfurar cerca de 580 metros de profundidade. Já esperávamos essa vazão maravilhosa de água mineral termal. Meus pais quando viram ficaram entusiasmados”, afirma.

Agora, para seguir sonhando com um projeto ainda maior, Toldo encaminha, a cada três meses, análises químicas da água retirada, para conseguir manter o alvará que possibilita a utilização comercial do mineral.

Questionado sobre possíveis investimentos, ele afirma que há um grupo italiano interessado em utilizar a água para envasamento (venda de água mineral) e outro de Santa Catarina, estudando a possibilidade de construção de um parque aquático na propriedade. “Estamos ainda analisando todas as propostas. Não tenho pressa. Nós já temos a água termal. Agora falta achar alguém que queira investir”, aguarda.