Empresário, pré-candidato à Presidência da República, apresentou sua visão de governo para empresários e lideranças

Lideranças políticas, empresários e imprensa acompanharam a palestra de Flávio Rocha (PRB), pré-candidato a presidente do Brasil, durante reunião-almoço no Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG), ocorrido na sexta-feira, 11. O executivo, apresentou seu ponto de vista, em relação a forma de como o país poderá melhorar, caso seja eleito presidente da república no pleito de outubro. Com enfoque na defesa da família e na economia, pré-candidato conhecido por suas ideias liberais, Rocha diz que sua candidatura representa um contraponto ao agigantamento da máquina pública nos últimos anos. Em fevereiro deste ano, o empresário havia dito que não iria disputar o pleito. No entanto, mudou de ideia após seu nome despontar nas pesquisas eleitorais

Durante entrevista coletiva, o executivo falou sobre seus anseios e quais necessidades urgentes o país precisa para voltar a crescer, gerando emprego e renda à população. “Nós precisamos de um país que aglutine liberdade na economia. Os países prósperos são aqueles com ambiente de negócio receptivos”, destaca. Com enfoque nos valores tradicionais, Rocha afirma que a eleição deste ano estará voltada ao terreno dos valores, em especial, a família. “Precisamos apresentar uma reação indignada a esta tática sórdida de atacar nossos valores mais fundamentais, principalmente da família que está sendo atacada de todos os lados”, afirma.

Questionado por sua mudança de decisão e aceitar concorrer pelo PRB, Rocha afirmou que a mudança de cenário o fez repensar. Ele diz ter encontrado no partido uma nova família e total liberdade para colocar em prática aquilo que acredita. “Eu encontrei total afinidade programática, a preocupação com os valores, o que é um diferencial no PRB, o ideário econômico e além disso encontrei uma nova família que é um ponto de convergência, extremamente estratégico para atrair um vasto leque de coligações”, garante.

Polarização PT x PSDB

Rocha fez uma analogia ao naufrágio do Titanic para justificar sua candidatura, decisão à qual considerou a mais difícil de sua vida. Disse que vislumbrava não um iceberg, mas dois – um simbolizando a extrema-esquerda e outro a extrema-direita –, ambos representando como destino o desastre. Para ele, o primeiro reflete o desapreço ao valor da democracia e o segundo, ideias anacrônicas que deixaram 14 milhões de desempregados. “Hoje, existe uma nefasta e perigosa polarização. Me sinto no Titanic, só que dessa vez com dois icebergs: se a eleição fosse hoje, a dúvida seria escolher em qual dos dois nós iríamos jogar o nosso país. A gente pode construir uma ponte que não abra mão da liberdade política e econômica do país”, pontua.

Defensor de ideias liberais, o pré-candidato disse que existe hoje no Brasil um “xiitismo trabalhista”. Isso causou, segundo ele, uma visão ideologizada anticapitalista e antiempreendedora que contaminou todas as áreas da gestão pública e destruiu a competitividade brasileira. “Procura-se qualquer faísca para jogar um balde de gasolina para causar conflito, capital contra trabalho, rico contra pobre, nordeste contra sul e sudeste. É um conflito entre os que puxam a carruagem e uma pequena minoria da aristocracia tóxica que se apropriou do Estado em benefício próprio”, observa.

Segundo ele, o Brasil precisa de quatro reformas para voltar a ter competitividade e avançar. A trabalhista, em andamento, apresentou melhorias, como queda nos processos trabalhistas, segundo ele, mas é necessário também reformas tributária, previdenciária e estrutural, no sentido de enxugar a máquina pública. “Vejo soluções não com o aumento de barreiras protecionistas, a nossa lógica não onerar as importações, é desonerar a produção local. E podemos fazer isso rapidamente com as quatro reformas”, comenta.

O presidenciável também disse que as empresas bem-sucedidas têm foco total no cliente, enquanto o Estado preocupa-se com seus privilégios e corporações. Quanto à segurança pública, Rocha disse que ela também está contaminada ideologicamente, com a socialização da culpa e da vitimização do criminoso. Para ele, a esquerda defende bandido e a direita as corporações. “Realmente as instituições precisam ser prestigiadas de fato, mas quem está na total orfandade são as vítimas”, afirma.

Segundo Rocha, nesta eleição há uma chance para o Brasil mudar. Ele acredita que a mudança no financiamento das campanhas acabará com as contrapartidas que existiam em outras disputas. “Por uma felicidade das circunstâncias eu vou poder financiar minha campanha. Descobri que isso inspira uma forte confiança na sociedade, porque o compromisso é com minhas ideias, independentemente de quem vier apoiar. Não terei nenhuma contrapartida a devolver a quem quer que seja”, ressalta.