Encenação, que retrata os últimos instantes da vida de Jesus, ocorre no próximo dia 30, no Morro da Cruz do Salgado

Um momento de muita emoção e oração é aguardado para a próxima sexta-feira, 30, quando é celebrada a Paixão de Cristo no Morro da Cruz do Salgado. Tradicionalmente realizada na Sexta-feira Santa, a encenação envolve centenas de pessoas que, com fé e oração, lembram a história da morte e ressurreição de Cristo. Cerca de 50 figurantes, entre jovens e adultos, participam da atividade que ocorre a partir das 18h30min. Antes disso, às 18h, há o encontro das cruzes das comunidades em frente à Escola Anselmo Luigi Piccoli.

A encenação é uma oportunidade para as pessoas recordarem a história. Por isso, vários pessoas se envolvem e dão vida aos personagens e toda a trajetória de Jesus Cristo. Elói Parisotto é um deles. “Iniciei minha participação na encenação em 1991 e, com o passar dos anos, o grupo foi se renovando. Sou um dos mais antigos a fazer parte da atividade. Fiz vários papéis, mas atualmente interpreto Pilatos. Não somos profissionais, porém quando estamos encenando nos doamos, vivenciamos o papel. Tento imaginar como era naquela época para passar uma mensagem para as pessoas, pois esta é a data mais importante do ano”, explica.

Ele acrescenta que, quando se faz algo com amor, os resultados são os melhores. “Procuro, com simplicidade, interpretar da melhor forma possível. Me sinto bem em participar e, quando você se sente bem, você faz com dedicação e, principalmente, com o coração”, salienta.

De acordo com José Angelo Trivilin, que participa com seu filho Pedro Henrique, os preparativos iniciaram ainda no final do ano passado e, agora, está em ritmo acelerado. “O grupo é unido, se doa para fazer o melhor. Faz cerca de cinco anos que participo e noto que é algo importante, pois faz parte da religião católica e é o ponto mais alto da fé de um católico”, ressalta. No momento da apresentação, ele percebe que a reflexão toma c0nta do local. “A maioria das pessoas vai pela fé, para se envolver e orar na Semana Santa. Muitas se emocionam, pois estamos refazendo os passos que Jesus fez na época”, frisa.

Carlos Menegotto, que faz parte da diretoria do grupo, participa da encenação no papel do soldado, que chicoteia Jesus. “Hoje é uma honra fazer este papel, pois tenho que hoje mostrar para as pessoas o que Jesus passou na época para os fiéis sintam a dor e a compaixão que Jesus teve por todos nós”, explica. Segundo ele, um dos pontos altos da apresentação é exatamente esta cena. “As crianças, jovens e idosos se comovem com o ato que fazemos com Jesus, tanto que elas pedem para parar o chicoteamento, mas não é possível, pois faz parte da história”, destaca.

Para Adriano Pocai, é momento de passar para as pessoas o significado da Páscoa. “Queremos demonstrar a elas o sofrimento que Jesus passou, a fim de que essas pessoas se reúnam com suas famílias e celebrem essa vitória de vida”, exemplifica. Pocai diz que a atividade exige dedicação e ensaios semanais. “Nos reunimos desde o mês de fevereiro. A partir disso, são definidos os papéis e todos os domingos ensaiamos por cerca de 2 horas”, relata.