Pesquisadores da Universidade de Leeds, na Inglaterra, e do Instituto Karolinska, na Suécia, concluíram que as mulheres têm três vezes mais risco de morrer depois de sofrer um ataque do coração do que os homens. Os autores alertaram que existe um erro de percepção, entre o público geral e profissionais da saúde sobre o perfil dos pacientes.

Durante os 10 anos de pesquisa, os cientistas analisaram pouco mais de 180 mil pacientes suecos que sofreram um ataque do coração e concluíram que mais mulheres teriam sobrevivido no ano seguinte se tivessem recebido o mesmo tratamento dos homens.

Isso não acontece porque, segundo a pesquisa, problemas no coração ainda são mais associados a um grupo específico, considerado de alto-risco: homens de meia idade e acima do peso, possivelmente fumantes ou que sofrem de diabetes.

Só que hoje, a recomendação internacional é para que o tratamento seja o mesmo tanto para homens quanto para mulheres que tenham sofrido um ataque cardíaco. Os cientistas alertam que esse erro de percepção de grande parte dos médicos precisa ser corrigido. É justamente por causa dele que menos mulheres passam por procedimentos para desbloquear artérias, por exemplo. Elas também recebem menos medicamentos para prevenir coágulos de sangue.

Uma das médicas responsáveis pelo estudo explica que as mulheres costumam ser mal diagnosticadas em um primeiro momento, o que acaba influenciando todo o tratamento que vem depois.

No Brasil, o Ministério da Saúde informa que de 2010 a 2015 mais homens do que mulheres morreram de infarto do miocárdio – apesar do número de vítimas femininas ter aumentado neste período.