Instituição ainda busca a contratação de uma professora-diretora além de funcionária de serviços gerais para 2018

Dois anos. Este é o período em que pais, alunos e coordenadores estão tendo que conviver com indefinições administrativas sobre o funcionamento da Escola Estadual de Ensino Fundamental São Pedro, na comunidade de mesmo nome, no interior de Bento Gonçalves. Para o ano letivo, que se inicia na segunda-feira, 19, nove alunos se matricularam na instituição. Além da baixa procura a falta de funcionários também chama a atenção. Falta uma funcionária de serviços gerais e diretora.

Segundo a coordenadora adjunta e chefe da Casa, da 16ª Coordenadoria Regional de Educação (16ª CRE), Margarete Bottega Tomasini, à distância e o baixo salário são empecilho para novas contratações. “Tínhamos merendeira até dezembro. Mas como ela é sozinha e financeiramente os recursos são poucos, ela não estava conseguindo se sustentar. O valor não é suficiente. Essa nova funcionária vai ter que arcar com o valor total das passagens. Não é barato. Esse é o nosso principal problema”, ressalta a coordenadora.

Segundo apurou a reportagem do Jornal Semanário, o ganho do servidor estaria em torno de R$1.400 -contado salário + benefício de difícil acesso (40% do salário). Os custos com o transporte chegaria até R$400.
Margarete Tomasini há dois anos soma a sua função na 16ª CRE o cargo voluntário de diretora da escola, mas diz estar cansada. “Eu gostaria de passar a administração para alguém. É muito trabalho. Sou coordenadora adjunta e chefe administrativa, mais a direção legal da escola. É ruim, pois não tenho como dar toda a atenção. Eu não recebo para exercer esse cargo, é uma função voluntária para não fechar a escola. Se não tivesse alguém que assinasse…”, lamenta.

A pouca efetividade de matrículas, para Margarete, é reflexo do êxodo rural relacionado ao não incentivo de órgãos governamentais. “O problema das escolas rurais é que elas não têm incentivos de outras entidades, como prefeitura, sindicatos ou mesmo associações que possam promover o crescimento da população daquela região, daquela comunidade”. Ela reforça: “poucos filhos permanecem lá, vivendo da agricultura. Então, ficam os velhos”.

Com nove alunos (um para os 2º, 4º e 5º ano, quatro para 1º ano e dois para o jardim A), a escola não atinge o número mínimo exigido pela Secretaria de Educação para abrir uma turma- que é de 10 alunos. Para solucionar este problema, a única professora (contratada) que atua na escola, Eni Parisotto Lerin, tem de desenvolver uma metodologia multidisciplinar. “Ela tem que adaptar um sistema que atenda a todos. Não é o ideal, mas é a forma que estamos conseguindo lidar”, afirma Margarete, emendando, que para dar conta da demanda, “a educadora Eni ainda tem que cumprir 10h semanais administrativas”.

Sobre o funcionamento da E.E.F. São Pedro, Margarete Tomasini esclarece que o funcionamento é apenas pela tarde, correspondendo às 30h por semana, sendo 20h de horas aulas. Questionada sobre estes dois anos ela é categórica: “está difícil”. “A outra escola rural, que fica em São Valentim tem cerca de 50 alunos matriculados. A situação lá é diferente. Vamos lutar para reerguer a escola São Pedro. Caso contrário, as famílias terão que buscar alternativas em comunidades próximas, na Nossa Senhora da Salete”.