Produto utilizado para a lavagem de veículos estaria sendo jogado em córrego localizado em São Valentim, na BR-470

Moradores do Distrito de São Valentim, em Bento Gonçalves, denunciaram nesta semana para a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMAM) a existência de uma espuma branca, junto ao córrego, localizado próximo a BR-470. Após uma fiscalização, uma empresa de lavagem de carros foi notificada por poluição e teve sua atuação previamente suspensa.
De acordo com o fiscal da SMMAM, Luis Espeiorin, que esteve nos dois dias no local, vários pontos foram fiscalizados até ser localizado uma empresa de lavagem que pode ser a causadora da espuma junto ao recurso hídrico. “Verificamos diversas atividades sendo realizadas no entorno do local que poderiam contribuir para a formação daquela espuma, que apresenta uma série de características singulares a shampoo de carro. Por isso, colocamos um foco inicial em uma empresa de lavagem localizada junto a um posto. Nela, também verificamos que há problemas na estação de tratamento da água e isso poderia ter ocasionado a poluição no local”, conta.
Preventivamente, de acordo com o fiscal da SMMAM, a lavagem teve suas atividades suspensas. “Ainda não temos certeza se é realmente a lavagem do posto a causadora. Preliminarmente, notificamos para suspender as atividades e encaminhamos a denúncia para a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) que libera o local para realizar essas atividades, e é quem faz a fiscalização”, diz.
Além da espuma branca, uma coloração laranja foi vista, segundo Espeiorin “Além da espuma, verificamos alteração na coloração da água, provacada pela presença de um musgo laranja. A tendência é que seja um processo natural, mas estamos aguardando a análise da água, torcendo para que não seja contaminação”, revela.
De acordo com Espeiorin, são casos distintos que ocorrem no córrego. “Um processo não tem nada a ver com o outro. Pois o que recebe água da indústria, do posto e loteamento é da espuma. O tom alaranjado, vem das águas trazidas pelo o outro lado da estrada, o qual não se verifica a presença de indústrias”, explica.
A fiscalização da prefeitura e da FEPAM, irão retornar ao local da denúncia no início da próxima semana para verificar a situação das águas.
Sobre o caso, Gilnei Rigotto, representante da Associação Ativista Ecológica (AAECO), disse que caso seja confirmada a contaminação que a empresa receba uma forte multa pela pelos danos causados ao recurso hídrico. E sugeriu que a prefeitura utilizasse o Fundo Municipal do Meio Ambiente para adquirir drones, para ajudar a identificar futuros causadores de problemas ao meio ambiente.