Na quinta-feira 12, ocorreu a quinta oitiva da “CPI das Fakes News”, onde foi ouvido o vereador Moacir Camerini (PDT), investigado pela comissão por suposta utilização da estrutura funcional da Câmara Municipal de Bento Gonçalves para difusão de notícias falsas e conteúdo pejorativo.

Com o pedido de abertura assinado por 14 parlamentares, a CPI das Fakes News foi instaurada no dia 17 de maio, após uma série de documentos e prints de conversas entre Camerini e seus funcionários em grupos de WhatsApp ter sido entregue a Comissão de Ética da Câmara de Vereadores pelos ex-assessores da Casa, Dênis Alex de Oliveira, Jorge de Mattos e Jorge Bronzatto Júnior, no dia 8 de maio.

Antes do depoimento de Camerini, já haviam ocorrido oitivas com cada um de seus três ex-funcionários, além de uma com Rogéria Policárpio.

A quinta Oitiva

Ao todo, foram mais de duas horas de sessão. Em um primeiro momento, diante de prints de conversas de grupos de WhatsApp, Camerini foi inquerido sobre sua suposta participação na manutenção de uma rede de perfis falsos utilizados para atingir autoridades e outros vereadores.
Na segunda metade, o membro da CPI, vereador Anderson Zanella (PSD), apresentou o resultado da perícia técnica que apontou que um perfil fake, chamado de “Roberta Almeida”, foi acessado na Casa. “Os IPs da Câmara, informados pelo técnico de processamento de dados, aparecem 83 vezes nos acessos e, na maioria das ocasiões, esses acessos ocorreram em horários de expediente”, apontou.

Perguntado por Zanella se teria conhecimento do uso desse perfil falso estava sendo acessado pelo IP de dentro do seu gabinete, Camerini frisou que não havia nenhuma prova de que os acessos teriam partido de seu gabinete.

Em corroboração, o advogado de defesa do vereador, Vinícius Boniatti, reforçou que no relatório apontado pelo técnico não havia nenhuma menção a gabinete nenhum. “Ele apresenta a Câmara, que tem IP aberto. Eu estou conectado pelo wifi da Câmara agora, usando o IP. Quem está nessa casa usnado wifi agora, está usando o mesmo IP. Onde, no relatório, consta que alguma mensagem saiu da máquina dele, do gabinete dele?, indagou.

A Página 13
Encaminhando-se para o fim da sessão, Camerini solicitou a leitura da “página 13”, mas a oitiva foi encerrada pelo presidente da CPI, vereador Jocelito Tonietto (PDT).

Em conversa com o Semanário, Camerini destacou que a supracitada página continha um print de uma conversa pessoal, a qual teria sido supostamente obtida de modo ilegal. “Eles sabem disso e que há uma ilegalidade. Isso é fruto de crime, quero que expliquem quem invadiu meu celular. Provamos isso e já temos um inquérito no Ministério Público por essa possível invasão”, adiantou.

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