Os migrantes que no fim do século XIX (19) aportaram no sul do Brasil, já vinham acostumados a não terem quase nenhuma assistência de saúde. Na viagem de vapor viram tanta gente morrer por não terem quem os socorressem. O problema, qual sombra, os acompanhou na nova Pátria.

Quando chegaram ao destino não encontraram uma infraestrutura adequada para recebê-los, como: estradas, pontes, casa, igrejas com sacerdotes, hospitais com médicos e enfermeiros, escolas com professores, casas de comércio e outros.

Os médicos foram os últimos a chegarem, uns 20 ou 30 anos depois. Na colônia Silveira Martins, mal os imigrantes tinham se alojado no superlotado barracão, em Val de Buia, foram acometidos por uma epidemia que vitimou em poucos dias, mais de 400 pessoas.

Existiam curandeiros que, em contato com os índios, aprenderam a preparar remédios caseiros. Os frequentes casos de traumatismo eram resolvidos por excelentes (arrumadores de ossos), os traumatologistas práticos. Muitos doentes, impulsionados pela fé, que também cura, iam procurar os sacerdotes, implorando bênçãos de saúde.

Em todas as colônias, alguns meses antes de terminar a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a começar pela Espanha, de onde lhe veio o nome “espanhola”, como um rastilho de pólvora, alastrou-se por todo o mundo uma gripe transmitida pelos ratos e que fez mais vítimas do que a própria guerra.

A primeira estrada carroçável ligando a Colônia Dona Isabel (hoje Bento Gonçalves) até São João do Monte Negro, denominada Buarque de Macedo, teve início em 1881, foi surgindo da trilha feita pelos imigrantes e tropeiros. Foi inaugurada em 1888. Mais tarde, essa rodovia passou para Alfredo Chaves (hoje Veranópolis) indo até Campos Novos, no estado de Santa Catarina.

]A estrada Buarque de Macedo é hoje a BR470, e o porto de São João do Monte Negro, durante muito tempo, serviu de pontos estratégicos para a economia de Bento Gonçalves. A Buarque de Macedo era utilizada no tráfego de tropas de mulas de carga e carroças entre Dona Isabel e São João do Monte Negro, num percurso de 90 km. Tanto os animais como as carroças levavam cerca de sete dias para fazer o percurso de 90 km. O transporte de produtos como trigo, milho, feijão, carne de porco, banha, vinho e outras mercadorias, era feito em trânsito contínuo. O intercâmbio comercial entre São João do Monte Negro (hoje Montenegro) e Porto Alegre era feito em vapores (transporte fluvial).

Em 1919, seguindo o traçado de Buarque de Macedo, surgiu a ferrovia que elevou Bento Gonçalves a um patamar de progresso Nacional.

E… finalmente na década de 70, chegou à estrada pavimentada, a São Vendelino, unindo Bento Gonçalves para todos os melhores pontos do Brasil.