O crescimento da economia brasileira no ano passado não ficou atrás apenas dos países latino-americanos. À frente somente do Paraguai e empatado com o Produto Interno Bruto (PIB) de El Salvador, o índice de crescimento econômico brasileiro ficou abaixo dos demais países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o que revela que as perspectivas de crescimento no Brasil estão mais fracas que a maioria das principais economias mundiais. Neste período de crise mundial da economia, o município de Bento Gonçalves vem crescendo no setor socioeconômico desde o ano de 2011, tanto na indústria quanto no comércio, além do setor de serviços, que cresceram acima da média nacional, a qual foi apontada em 2,7% de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme afirmação do presidente do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC/BG), Jordano Zanesco, o crescimento real foi de 4,7% no faturamento dos três setores, conforme apontou a Revista Panorama Socioeconômico, publicada no ano passado com base em 2011.
Desta forma, a soma de riquezas produzidas no município foi de R$ 7,36 bilhões. Em 14º lugar na economia gaúcha, Bento Gonçalves cresceu mais de 40% nos últimos cinco anos, o que mantém a média de crescimento acima da inflação com crescimento real, que não ultrapassou a marca de 9%. As informações levantadas pelo CIC/BG demonstram que a indústria não foi o setor que mais cresceu no município. E sim os serviços, líder no desenvolvimento com 23% de crescimento, embora a indústria tenha empregado mais de 21 mil pessoas no emprego formal.
Apesar do crescimento na geração de novas vagas de trabalho, Bento Gonçalves conta com mais de duas mil pessoas desempregadas. O número de novos empregos na cidade é semelhante ao número de pessoas desempregadas. Porém, mais de 60% dos habitantes de Bento são economicamente ativas, conforme revela o estudo da Revista Panorama Socioeconômico. Nos últimos três anos, o número de empresas na Capital Nacional do Vinho cresceu. Foram mais de 450 novas empresas no município. Já a indústria foi beneficiada com o incremento superior a 20 novas organizações. Todavia, os móveis continuam com a maior representatividade da indústria, com mais de 45% de participação.
Em contraponto, o estudo demonstra que a Educação é o principal problema do município, onde um pouco mais de 10% da população possui curso superior, vindo a comprometer a força da economia e o desenvolvimento social.
Na visão do presidente do CIC/BG, este ano tende ser melhor ainda do que os números apresentados pela pesquisa. Por não se tratar de um ano eleitoral, ele acredita que a economia não se torna desvirtuada como um todo. Torcemos que ele esteja certo, afinal Bento Gonçalves precisa crescer cada vez mais e que mantenha o saldo positivo na balança comercial, com mais exportações do que importações.